quarta-feira, 31 de março de 2010

Audioshow 2010 - Notas soltas... Soundeclipse e os outros...


Fui surpreendido de forma muito positiva e agradável por este sistema da Soundeclipse composto por umas pequenas colunas Kudos X2 a cantar ao sabor dos Leema Acoustics Antilla II, Pyxis e Altair IV, que se destacou no "mar" de salas e sistemas que inundaram o Audioshow. Por um "triz" não está no grupo dos melhores do evento


Musicalidade, rapidez de resposta, a tocar bem alto mas nunca soou agressivo, antes pelo contrário o som tornava a música contagiante e um verdadeiro prazer. A electrónica da Leema, que ouvi pela primeira vez, pareceu-me muito boa e inocente de uma certa falta de dinâmica, um som demasiado focado na gama média, que não sendo flagrante não deixou de se fazer notar, e que me pareceu ser atributo das pequenas colunas. Mas não se pode ter tudo, gostei da performance desta sala e pareceu-me que foi precisamente isto que tentaram fazer na sala da Naim, onde o sistema era semelhante e as colunas parecidas no tamanho, mas com resultado sonoro muitíssimo pior.


A Delaudio ficou com a sala mais bonita do Audioshow 2010, e o sistema que apresentou certamente acompanhou o elevado padrão estético. As belas Monitor Audio PL200 continuam a tradição do som equilibrado e dinâmico que já conhecemos desta série Platinum, como habitualmente também lá estavam as fontes da Esoteric, e os impressionantes amplificadores da Pass Labs. As condições da sala quando lá estive não foram as melhores para uma avaliação completa do som, mas o que ouvi pareceu-me bem, com naturalidade e neutralidade que permitem avançar a música, como espero de um sistema deste calibre.


Na Ajasom uma demonstração muito "certinha" com escolhas musicais demasiado óbvias e um som em geral aborrecido... não me deixaram ficar feliz por ver as Avalon Acoustics Aspect com electrónica Nagra que, apesar do aspecto soberbo de um design que considero muito bem conseguido, não tocavam nesta "demo" como seria de esperar para os valores em causa. Ainda assim, nos raros momentos em que o som parecia melhor, mais vivo, o Sooloos da Meridian estava a comportar-se bem e achei interessante terem adicionado este Music Server a este sistema em particular o que acrescentou algo ao carácter "esotérico" do conjunto.


Imacústica com as pujantes ProAc Response D18 e a renascida Micromega. Transientes de cortar a respiração, um som limpo e de resolução elevada, mas pela segunda vez consecutiva achei que as ProAc acusam uma resposta algo empolada nas gamas altas onde o tempo acaba por trazer um ligeiro incómodo. Nao deixa de ser, no entanto, e como habitual, uma marca que nos oferece a música com uma visceralidade fora do comum. Os Micromega, fonte e amplificação classe D, pareceram-me honestos...


Na sala da Delmax achei que as Sonus Faber Liuto tocaram de forma agradável, mas com pouca "história", talvez por causa de uma "doçura" exagerada do Krell S300i... O Audio Analogue Maestro, enorme e com um design belíssimo, já o ouvi noutras ocasiões e normalmente toca muito bem com uma apresentação sonora viva e dinâmica. O conjunto destes três elementos acabou por inclinar-se para o lado mais "soft", mas pelo menos sem as famosas colorações, fama de que a Sonus Faber vai ter dificuldade em livrar-se mas que se calhar começa a tornar-se injusta...


Confesso que não consegui ouvir como devia este sistema composto por material Pro-Ject e colunas Canton... algo se passou, entrei e fotografei, depois por algum motivo saí da sala talvez porque me chamaram ou por outro motivo qualquer... e nunca mais me lembrei de lá voltar. Fica o pedido de desculpas à Supportview, pois do pouquíssimo que ouvi e de que me consigo lembrar não encontrei nada de obviamente negativo... o sistema talvez tivesse merecido mais atenção da minha parte e tenho lido / ouvido boas impressões sobre ele.

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segunda-feira, 29 de março de 2010

Audioshow 2010 - Notas soltas... Cenestesia com Wilson e Audio Research


Vista geral do espaço da Cenestesia que deixou alguns visitantes algo surpreendidos...


Gira-discos Michell Gyrodec, LP da Tacet (Speakers Corner)... Reference CD8 da Audio Research...


Pormenor das Wilson Sophia 2, nua como veio ao mundo, talvez não tenha sido a melhor opção.


Rui Veloso a dominar os Audio Research... ali à direita um pré LS26...


"Armada" Audio Research, dois belos Reference 210, cabos Nordost e uma das "caixinhas" Quantum...


Ambiente original, simpatia, sistema High End, mas que não superou a prova "outdoor".

Optando por uma tenda instalada no exterior do Hotel, a Cenestesia conseguiu surpreender com uma abordagem sem dúvida diferente, mais descontraída e original. Tecnicamente tem um lado bom e outro mau. O lado bom é não ter o efeito acústico da sala, e os seus modos que podem ser destruidores se não forem bem contornados ou aproveitados. O lado mau é não ter o efeito acústico da sala. Parece a mesma frase, mas não é... Porque este tipo de sistemas "audiófilos" serão tipicamente usados em salas "normais" e não em espaços abertos ou tendas, e porque sem a contribuição acústica de um espaço desse género o som pode tornar-se demasiado estéril e pode haver alguma dificuldade em recriar um palco sonoro credível.

Na verdade foi um pouco isso que aconteceu, e das duas ocasiões em que lá estive, primeiro achei que as colunas "destapadas" não contribuíram para a estética geral do espaço, e fazê-lo pelo preciosismo técnico em nome do melhor som não se enquadrava num cenário acústico deste género em que outros males maiores se impuseram, e depois achei sempre que o som estava demasiado frio, causando mesmo algum incómodo auditivo com alguns CD's mais comprimidos que estiveram a tocar, ao mesmo tempo que não ouvi grandes qualidades a destacar, excepto um carácter limpo, seco e bem forte dos graves, bons transientes, mas isso não salvou a performance global que, a meu ver, não resistiu aos dilemas colocados pela prestação audio "outdoor".

Valeu a originalidade, e a simpatia dos anfitriões, algumas qualidades das Wilson que vieram ao de cima, o espectáculo visual dos Audio Research (de que normalmente gosto muito), e uma selecção musical por vezes bastante desinibida, mas acho que o sistema teria tido um destaque muito mais positivo se estivesse numa das salas, de preferência uma das maiores, do Hotel. Ainda não foi desta que me deixei levar pelas meninas da Wilson... Sasha... Sophia... Alexandria...



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sábado, 27 de março de 2010

Audioshow 2010 - Notas soltas... Imacústica com Magico e DarTZeel


Magico Q5 alimentadas através de cabos Transparent Audio por um par de DarTZeel NHB-458...


O cabo de coluna com aquela caixa tem um efeito estético desestabilizador... e suspeito.


Design interessante que contribui para a sensação de estarmos perante algo especial...


Um pré DarTZeel NHB-18NS que recebia o sinal de um gira-discos EAT e de um leitor de CD Metronome. Ricardo Franassovici (Absolute Sounds) divertiu-se com eles...

Sem destaques muito positivos que impediram esta sala de entrar no meu Top 7, esta incursão da Imacústica pelo "high-end" não deixou de ser interessante, e sem dúvida merecedora de destaque internacional pois as colunas e monoblocos fizeram, creio, estreia mundial na sua versão finalizada. Já ouvi colunas da Magico por três ocasiões, mas só numa delas me deixei enfeitiçar, e muito, pelo seu som (quando ouvi as Mini II noutro evento com amplificação Audio Research). Nas outras duas ocasiões, neste Audioshow 2010 e noutro show mais antigo, coincidentemente com amplificação DarTZeel, não fiquei propriamente maravilhado com a magia que me era apresentada.
 
O som parece-me um pouco colorido, com uma identidade que se pode encontrar nos mais variados conteúdos à medida que os discos vão sendo tocados... entenda-se que é uma identidade muito interessante que até soa bem, mas a este nível normalmente espero encontrar a neutralidade que me deixe ouvir a "source" (a performance, sua gravação e masterização) com fidelidade em vez de adoçar os meus sentidos com sabores extra, que por muito bons que sejam, se podem vir a tornar enjoativos. Pareceu-me também que os DarTZeel não estavam a conseguir dominar completamente as Q5, por várias vezes o grave ouviu-se demasiado solto, "bamboleante" à falta de melhor expressão, e por vezes também acompanhado de "room modes" excitados em demasia que nem o Franassovici a bater o pé de alegria, uma alegria talvez demasiado efusiva face ao que estávamos a ouvir, conseguiu esconder.
 
Dadas as circunstâncias e a ordem cronológica dos meus encontros com estas marcas, fico desconfiado relativamente aos DarTZeel, lindíssimos, verdadeiras jóias audiófilas, como prováveis causadores das performances menos conseguidas a que assisti com colunas Magico. Mas não é fácil confirmar a suspeita, pois equipamentos destes não se ouvem todos os dias. O que sei é que as Magico Mini II com uma "resma" de aparelhos Audio Research, cabos Nordost e uma fonte analógica SME 20, me deixaram muitíssimo mais agradado e impressionado pelos truques de magia.
 
Valeu a pena ver e ouvir este sistema, porque apesar de tudo era fácil perceber o enorme potencial que ali estava, e apreciar a beleza destes equipamentos é sempre um momento especial. Só isso justifica que esta sala, com este sistema tão caro, não tenha caído para o grupo das salas de que menos gostei. Algum contratempo técnico não explicado (porventura relacionado com o que ouvi no Sábado) fez com que a sala fosse encerrada antes do fim do evento. Fico à espera de ouvir novamente as Magico (estas Q5 ou outras) com outra amplificação, para ver se consigo esclarecer as minhas dúvidas.
 
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Audioshow 2010 - Bowers & Wilkins Portugal em imagens...


As mais recentes beldades B&W da série Diamond, as 805, 804, 802, enquanto as 800 tocam.


Vista geral do sistema, pode ver-se que houve preocupação com a acústica da sala.


Leitor Classé CDP-202 e pré-amplificador CP-700, com a beleza e qualidade habituais da marca.


Uma das B&W 800 Diamond... estas formas são já um verdadeiro clássico.


Por baixo do pré, os dois novos amplificadores de potência mono Classé CT-M600.

Outra das minhas sete salas preferidas do Audioshow 2010 (B&W em parceria com a Viasónica) onde Alberto Silva tinha por missão revelar o potencial da nova série Diamond da B&W e mais uma vez demonstrar o bom casamento com as fontes e amplificação Classé (outra marca do B&W Group), sendo que se aproveitou a oportunidade para demonstrar as qualidades dos novos monoblocos da marca.

Em boa verdade, já ouvi sons maravilhosos produzidos por conjuntos Classé / B&W (ouço aliás um todos os dias em casa), e creio que existe mesmo uma forte sinergia entre as marcas, mas sempre me pareceu que este "namoro" atinge o pico da paixão na gama média ou média/alta de ambas, por exemplo umas B&W 805 com um Classé CAP-2100, ou umas B&W 804 com um conjunto Classé CP-700 / CA-2200, alimentados por uma das várias fontes digitais da Classé, são sistemas capazes de uma performance fabulosa onde a integração de todos os componentes é de uma harmonia e resultado final quase perfeitos. Mas... quando começamos a falar das B&W 802 ou 800, já não sou tão peremptório quanto à felicidade total do casamento. Neste caso, com os CT-M600 e as 800 Diamond, fiquei com uma ligeira sensação de haver um pequena percentagem do potencial das colunas que não estava ser revelado, principalmente no que diz respeito à escala e "slam" dinâmico de que elas são certamente capazes.

Bom, estou naturalmente a partir de um padrão de exigência muito alto, porque me pareceu que as 800 em demonstração ainda teriam mais para dar... mas o que deram já foi muito e mais do que suficiente para as ter como parte do grupo das melhores salas do show. No Sábado, com a sala muito cheia e algum cansaço, não me deixei arrebatar pelo som do Diamante e do Marlan, por algum motivo pareceu-me que havia uma certa falta de controlo sobre as colunas, um som algo difuso... mas quando lá voltei no Domingo, com a sala mais habitável e com lugar sentado central mesmo à frente das colunas, o sistema fez-se uma unidade musical completa, com controlo e dinâmica de grande nível, aquelas gamas médias/altas "líquidas" que a B&W sabe tão bem reproduzir com realismo e sem quaisquer colorações, ritmo e velocidade de resposta, numa performance que não atingiu a escala do sistema TAD / Vitus Audio, mas que por outro lado apresentou uma definição do palco sonoro e um arejamento entre instrumentos e vozes de nível superior, creio mesmo que nesse aspecto terá sido a melhor sala do show, tal era a presença e definição que se formava à frente do ouvinte... agora até está na moda o 3D, se calhar foi isso que o Alberto tentou fazer, mas sem recorrer aos óculos. Resultou muito bem e mais uma vez está de parabéns pela qualidade do seu trabalho.


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sexta-feira, 26 de março de 2010

Audioshow 2010 - Ultimate Audio em imagens...

As impressionantes TAD Reference One com amplificação Vitus Audio e as fontes digitais...


Vista geral do sistema... plataformas, bases e racks Symposium...


A fonte analógica: Kuzma com phono stage da AMR (Abbingdon Music Research)...


"Il Mostro"... Vitus Audio, grandes, bons e bonitos... eram dois destes...


O Phono Stage da AMR (PH-77)que deixou uma excelente primeira impressão!


Playback Designs e Sorenson Digital a fazer as honras digitais, incluindo formatos de alta resolução...

Uma das minhas sete salas preferidas do Audioshow 2010, pecou pelo espaço onde estava muita gente e demasiado calor (só pude ir lá no Sábado), o que não permitiu fazer uma audição crítica mais detalhada e cuidada, mas pelo que pude ouvir, o Stevie Ray Vaughan numa edição Vinyl da Pure Pleasure estava a maravilhar uma plateia rendida ao poder visceral e à escala colossal das TAD, e encantada com o espectáculo visual oferecido pelos equipamentos, todos eles com um aspecto soberbo. As condições de audição não permitiram perceber alguns detalhes, e ficou retido na memória um palco sonoro algo difuso, que talvez se possa atribuir à acústica da sala e à escala da apresentação sonora (e ao calor... caramba tanto calor). Seja como for, gostei de ver e ouvir, faz parte sem dúvida do grupo das melhores salas do show, pelo som, pelo visual, e pela postura sempre simpática dos anfitriões.



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quinta-feira, 25 de março de 2010

Perdidos e Achaudios: ... These Are My Twisted Words by Radiohead


_ .-:::Radiohead..-. These Are My Twisted Words..-. Over...::::


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quarta-feira, 24 de março de 2010

Audioshow 2010 - The Not So Good, the Bad and the Ugly...

Naturalmente, em todos os eventos dedicados ao Audio, alguns sistemas / salas acabam por desiludir, por variados motivos... Muitas vezes equipamentos isolados ou mesmo pessoas que não mereceriam distinção pela negativa, acabam por ser afectados numa performance de conjunto de nível inferior causada por opções técnicas menos felizes, por outros componentes que não estão ao mesmo nível, ambiente descuidado ou por espaços mais difíceis... ocasionalmente até um simples erro na selecção da música de demonstração pode ser a "morte do artista". Eis as salas onde o som não me agradou e que me pareceram ter um som que não estava ao nível do que eu espero ouvir num evento desta natureza:

(Na sala da Topaudio ouvi pela "enésima" vez colunas de gama alta da Focal - neste caso as Scala Utopia - com electrónica Chord, e mais uma vez não consegui sentir um pingo de emoção... frio, muito frio e estéril. Eu tento, tento muito, e continuarei a tentar, porque as colunas são imponentes apetece gostar delas, mas começo a desconfiar da electrónica Chord como sendo a principal culpada. Será que podem tentar utilizar outra amplificação e fonte com colunas de topo Focal, só para tirar as dúvidas?)


(Em vez de Ken Ishiwata e música... encontrei uma sala literalmente vazia, nem sequer um representante da Videoacústica, com um par de colunas Kef quase juntas lado a lado, e com um "toe-in" extremamente pronunciado... formando um triângulo minúsculo com o hipotético ponto de audição... um cenário bizarro, a tocar música ambiente a partir dos componentes Marantz KI Pearl, a soar mal, cheio de brilho artificial e um palco movediço...)


(Na sala da ZenAudio, encontrei o sistema disposto ao longo de uma parede lateral, em vez de estar na parede de fundo que foi opção das restantes onze salas iguais no mesmo corredor. Não percebi a originalidade que provocou óbvios e bem audíveis problemas sonoros, nomeadamente o constante "boominess" e ressonância das gamas baixas assoladas pela excitação de "room modes" que impediram o aparecimento do potencial do sistema em demonstração. A opção inteligente de todos os outros, tirando partido do pé-direito elevado ao fundo da sala para eliminar quaisquer problemas com as baixas frequências, era sem dúvida a mais acertada, e não foi por acaso que todos a seguiram, com eficácia facilmente constatável. Também não impressionou o facto de só ouvir som de uma das colunas no local de audição disponível...)


(A Naim Audio mandou para cá uns espanhóis e um inglês para nos darem música numa modalidade algo foleira de "o meu som é maior que o teu". Dois racks impressionantes recheados de equipamentos Naim - e do que conheço devem ser razoavelmente bons - e umas colunas Neat Motive 2, talvez o calcanhar de Aquiles do sistema, que durante o tempo que lá estive, e por duas ocasiões, se fartaram de me gritar aos ouvidos altíssimo, de forma estridente, unidimensional, comprimida... deveras irritante. Se este tipo de brutalidade sonora é o ideal de qualidade de som dos engenheiros da Naim, ou se eles acham que é disso que nós gostamos... acho que têm um problema grave para resolver. Acredito que a maior responsabilidade do mau som que ouvi se deveu à falta de gosto e de "técnica" dos demonstradores, à escolha musical desadequada e a volume obviamente demasiado alto, e principalmente às colunas que me pareceram mesmo muito fracas.)

Já chega de "má língua", espero fazer outro "post" brevemente com mais comentário sobre outros participantes deste Audioshow 2010. Pode consultar aqui um post anterior onde faço referências às salas / sistemas de que gostei mais... para elevar a moral audiófila!

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segunda-feira, 22 de março de 2010

Audioshow 2010 - Habemus Musicam!

No Audioshow 2010 no Estoril não foi preciso muito para ouvir boa música com bom som... bastou entrar numa destas salas, todas elas "vencedoras", por vários e diferentes motivos, mas com o ponto comum essencial: música. Algumas tinham ainda para oferecer muito bom gosto, muito "know how", conversa interessante e bem humorada... Uma, a música, e a outra, o saber estar, fazem toda a diferença. Fica aqui uma "vista geral" dos pontos fortes, com breves comentários... tipo foto-novela Audiófila:

(A Megaudio com os amplificadores e colunas criados pelo próprio Rui Pinho, orgulhosamente "Made in Portugal" e com muita razão pois tudo aquilo transborda qualidade, verdade sonora, coerência, ritmo e emoção, aqui também acompanhado por um gira discos Avid que o João Gouveia da Pauca Sed Bona levou em parceria com a Megaudio)


(Mestria habitual do Rui Calado na composição de um sistema / espaço, neste caso a fazer cantar as Canton à força de Karan com uma fonte AMR que me deixou estupefacto com a sua qualidade e apresentação sonora tão pouco digital. Dinâmica brutal deste sistema tão bem afinado pelo Rui, mais uma vez a Transom está de parabéns!)


(Ultimate Audio com uma "lenda", as colunas TAD, que impressionaram bastante pela escala e dinâmica que nenhum outro sistema tinha capacidade para produzir, um som realmente avassalador a que os amplificadores Vitus Audio devem ter ajudado e com a correcção daquele gira discos Kuzma a permitir que o sistema não saísse do lugar)


(As B&W 800 Diamond com amplificação Classé pela mão do nosso conhecido e habilidoso Alberto Silva, que no Sábado não me impressionaram, mas que no Domingo se redimiram com uma apresentação fabulosa no que diz respeito ao detalhe e resolução, são umas colunas realmente excepcionais, haja espaço e amplificação para elas)


(Na Supportview não admira que o som estivesse tão alegre e desenrascado, pois tendo por base o sistema que melhor tocou no recente Still Vinyl 2009, mas agora com colunas Canton, a mesma musicalidade e coerência rara voltaram a transparecer, agora talvez com um pouco mais de "genica" e poder emprestados pelas colunas)


(Está a ser difícil digerir o preço das novas 805 Diamond... um salto enorme relativamente às suas predecessoras, as fabulosas 805s. Mas na sala da Viasónica com amplificação Jeff Rowland e fonte DCS, terá sido o mais próximo de "Alta Definição" que ouvi no Audioshow... e também o palco mais profundo e realista. Diamonds are forever...)

Muitos outros espaços encontrei por lá... mas nestes foi onde ouvi mais e melhor música, pelo que merecem este destaque incial. Tentarei, havendo tempo, fazer uma crítica mais detalhada sobre estes e sobre os outros. Aproveito para deixar já um agradecimento à organização por se ter lembrado dos stands de venda de Vinil, e eram três: Audio Team, CDGO e Carbono, com muitos e bons discos para todos os gostos e bolsas! Como sempre, uma iniciativa de grande sucesso e adesão.

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segunda-feira, 15 de março de 2010

Audio Digital vs Audio Analógico - O porquê das coisas...



Vou iniciar aqui uma série de textos sobre o Audio Digital e Analógico, numa tentativa de contribuir para uma maior e melhor informação relativamente a este tema. Para este primeiro texto ou secção estes são objectivos principais:

- Em primeiro lugar, enquadrar e contextualizar o tema com foco exclusivo na Qualidade de Som como sendo a mais importante prioridade, muito mais do que qualquer outra, para quem procura o melhor som, para os "audiófilos". Não se pretende aqui debater quais as melhores opções a tomar com vista a tornar a música mais portável ou cómoda, mais barata, mais fácil de reproduzir em vários ambientes, manipular e armazenar, ou mais fácil de vender, distribuir fisicamente ou disponibilizar online. Falo de qualidade de som e de dois conceitos de base, tudo o resto terá de partir daí, e não ser a sua origem.

- Definir de forma básica os conceitos Digital e Analógico, esclarecendo exactamente do que estamos a falar e determinar aquilo que, em última análise e em absoluto, cada um deles nos pode oferecer no cúmulo do seu potencial inato.


Audio Digital vs Analógico

Normalmente há uma tendência generalizada, nas revistas da especialidade, nos blogs e fóruns online nacionais e internacionais, um pouco por todo o lado onde este tema de eterno debate floresce, para tentar reduzir a questão do audio Digital ou Analógico aos seus formatos físicos e implementações correntes. Tipicamente, e por motivos relacionados com a maior implantação e generalização no mercado, é habitual confinar a discussão aos CD's e aos LP's, o que invariavelmente afunila todos os argumentos e comparações para o poço sem fundo das limitações e defeitos que cada formato apresenta, e que são meros circunstancialismos, em vez de se debater o conceito que está por trás e de explorar como podemos ajudar e colaborar para que se avance no sentido de um melhor som para todos, e especialmente para aqueles que o procuram activamente, os "audiófilos".

Para tratar este tema de forma minimamente séria, capaz de nos esclarecer e permitir-nos aprender e evoluir, é fundamental definir à partida que os conceitos de Digital e Analógico não são, não se definem, não se completam e não se esgotam, nos formatos físicos que existem, sejam eles a Tape Reel, o Single, o Maxi, o LP de 10" ou 12", a 16/33/45/78 rpm, a Cassete, o Mini Disc, o Laser Disc, o CD, o DVD-A, o SACD, o Blu-Ray, ou os formatos digitais, WAV, FLAC; APE, MP3 ou quaisquer outros de baixa, média ou alta resolução, com ou sem compressão, reproduzidos por streaming de qualquer tipo ou a partir de Media Centers com base em storage de memória ou disco rígido.

Tudo isso, e todos os defeitos e benefícios que poderão estar associados à produção, distribuição, armazenamento, manutenção, manipulação e reprodução de tais formatos, é informação interessante e útil, mas que não tem qualquer tipo de significado, impacto ou influência para um debate minimamente focalizado na distinção fundamental entre Digital e Analógico, e naquelas propriedades ou características que lhes são intrínsecos, que os definem, e cujas consequências serão sempre uma presença e uma constante em qualquer aplicação de qualquer nível tecnológico que neles se baseie.

É também importante manter sempre presente um outro facto que não pode ser evitado, e que os apologistas da abordagem "circunstancial" em vez da abordagem "conceptual" costumam esquecer ou ignorar. Se imaginarmos uma situação ideal em que levamos ao extremo absoluto as tecnologias de qualquer uma das duas abordagens, hipoteticamente atingindo a perfeição de cada uma delas, livres de quaisquer constrangimentos ou defeitos decorrentes da nossa incapacidade para as desenvolver melhor, o resultado final será invariavelmente limitado pelo conceito que as define. Ou seja, essa tecnologia Digital perfeita será ainda e sempre Digital, e o mesmo se aplica à hipotética tecnologia Analógica perfeita. Isto não é tão trivial como possa parecer...

Com esse aspecto esclarecido desde já, importa perceber, pelo menos no essencial, o que estamos a dizer quando falamos de Digital e Analógico.


Digital é, sempre, uma tecnologia de representação da informação que se baseia em valores discretos e descontínuos. Esta tecnologia é especialmente apropriada para representar informação que não está associada ou dependente de um factor de tempo, por exemplo símbolos (letras, números, etc), que é ela própria constituída por valores discretos e descontínuos. A tecnologia Digital representa a informação por amostragem ou por codificação, em unidades discretas, descontínuas, ordenadas mas sem unidade de tempo.

Analógico, ou uma representação analógica, por oposição, não tem valores discretos isolados, mas sim um fluxo contínuo de informação variável no tempo, semelhante a outro fluxo do mesmo género (quantidade/tempo). Representa o original por analogia, num fluxo contínuo relativo à unidade de tempo.

Para exemplificar, na gravação de som Analógica, um microfone capta num diafragma as variações de pressão do ar (ondas sonoras), e induz essas variações na corrente produzida por uma bobina, ou na voltagem produzida por um condensador, em tempo real e produzindo um fluxo contínuo de informação. Esse resultado eléctrico é análogo ao som original, representa-o na amplitude e frequência das suas variações e de forma contínua relativamente a uma unidade de tempo constante.

A gravação Digital, por outro lado, traduz essas flutuações da pressão do ar para unidades discretas recolhidas através de algorítmos de amostragem (Sampling) e quantização (Quantization). Estes baseiam-se no Nyquist–Shannon Sampling Theorem* que, resumidamente, define como e quanta informação precisa de ser recolhida num certo espaço de tempo para que o resultado digitalizado possa depois ser convertido para analógico, pretendendo reconstruir através de um processo de interpolação a informação original a partir dessas unidades que são apenas uma parte do que foi captado pelo microfone.


Por definição, a Digitalização recolhe parte da informação, e perde outra, transformando uma variação contínua no tempo, num conjunto de unidadades discretas recolhidas dessa variação. O Audio Analógico teoricamente não apresenta qualquer limitação ao nível da resolução. Enquanto um sinal gravado ou processado digitalmente, teoricamente está sempre limitado pela resolução do seu "Sampling Rate" (quantidade de amostragens no tempo) e "Bit Depth" (quantidade de informação em cada amostragem), um sinal analógico não tem qualquer limitação teórica para a resolução que pode atingir. Por definição dos seus conceitos, a informação analógica é sempre representada com resolução infinita e ilimitada (uma analogia ao original), e a informação Digital é sempre representada com resolução finita e limitada (uma aproximação ao original).

Por muito inúteis que estes factos possam parecer à luz de uma abordagem prática destas questões, é fundamental manter os conceitos bem assimilados, presentes e arrumados, para evitar os habituais equívocos e confusões que os debates sobre Digital vs Analógico costumam suscitar. O facto é que, na teoria, como conceito, o Audio Analógico é a única abordagem que dá garantias de real e eficaz "alta fidelidade", sendo que o Audio Digital é extremamente útil em muitas áreas, mas para Qualidade de Som, quando falamos de "alta fidelidade", não se trata propriamente de uma solução, mas sim de um compromisso determinado à partida pelas suas limitações inerentes. O potencial de realização do Audio Analógico depende apenas da nossa capacidade para o fazer em termos técnicos e físicos, mas o potencial de realização do Audio Digital é sempre e apenas aquele que a sua especificação (neste caso a resolução teórica) permite... e isto antes sequer de começar a falar das imensas dificuldades e obstáculos que se colocam à sua implementação e realização prática (que obviamente são também apanágio do Analógico), mas esse assunto será tratado mais adiante...

A Utopia Audiófila é, sem dúvida, Analógica... tal como a música que tanto apreciamos.


Da teoria à prática, vai uma grande distância, e os limites práticos para a resolução real que podemos ter, aplicam-se, embora de formas diferentes, tanto à tecnologia digital como à analógica. Esse é, no entanto, tema diferente e para outra intervenção aqui no ViciAudio em que poderei alargar mais o assunto da aplicação prática destes dois conceitos.

Nos próximos textos vou abordar outros temas, como o Futuro do Audio Analógico, e o Lugar do Vinil no Século XXI.

*Também conhecido por "Cardinal Theorem of Interpolation Theory", o teorema de amostragem Nyquist–Shannon realiza-se completamente apenas com a utilização de amostragens infinitas, o que obviamente nunca foi aplicado na realidade por tal ser impossível, sendo que todas as aplicações conhecidas que nele se baseiam são de facto meras aproximações ao que o teorema pretende demonstrar. Há uma diferença enorme, clara e determinante entre amostragem infinita, e a amostragem que encontramos hoje nos mais sofisticados sistemas de conversão digital. Este pormenor não pode nem deve ser ignorado.

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quarta-feira, 10 de março de 2010

A rodar: José Cid - 10,000 Anos Depois Entre Vénus e Marte (LP Orfeu 1978)






Como todos sabemos, o José Cid é famoso em Portugal pelos seus temas mais populares, artisticamente pouco ambiciosos apesar de tecnicamente e comercialmente muito válidos, que demonstram parte do seu génio e a sua impressionante capacidade de produção musical. No entanto, não é essa vertente aquela que merece destaque na carreira do músico, que viu nos últimos 5 anos o renascer da sua popularidade e uma espécie de regresso aos palcos e à ribalta da comunicação social. Há outro José Cid, a quem raramente o público português soube dar espaço, que procurou e explorou estilos musicais diferentes e com outras aspirações.


No panorama "rock" nacional dos anos 70 várias bandas e artistas portugueses como os Tantra, Quarteto 1111 (em que Cid participava), Petrus Castrus e outros, criaram boa música, interessante e tecnicamente bastante evoluída, que eu não teria qualquer dificuldade em classificar ao mesmo nível de grandes nomes internacionais como os Genesis, King Crimson, Emerson, Lake & Palmer, Moody Blues ou mesmo Pink Floyd. No entanto, este trabalho do José Cid foi o que obteve maior reconhecimento internacional, com uma qualidade acima da média, e rompendo nítidamente com uma certa "tradição portuguesa" para criar um album verdadeiramente "internacional" na sua sonoridade e no estilo adoptado, sem no entanto perder ou deixar escapar algumas características que o tornam único e sem qualquer dúvida, luso! "10,000 Anos Depois Entre Vénus e Marte" chegou a ser incluído numa lista publicada pela conceituada revista Billboard, com os 100 melhores albums de rock progressivo de sempre, além de ser presença regular em inúmeras listas do mesmo tipo criadas e mantidas por fans do rock progressivo em geral por esse mundo fora.. Estamos a falar de um artista português, e de um album cantado em português. É obra!


Reza a história que José Cid fez o album a seu gosto, naturalmente, e quando o apresentou à editora houve alguma resistência à sua edição, talvez por receio de não haver mercado em 1978 para este tipo de música em Portugal, e também pelo custo elevado de fabrico das capas coloridas, com fotos grandes no interior e com aquelas seis páginas de ilustrações, o que levou o artista em desespero de causa a abdicar de todos os seus direitos financeiros sobre o disco para que, em troca, o disco fosse lançado e o seu trabalho não tivesse sido em vão. Diz-se que este episódio marcou profundamente a atitude do artista para com a indústria musical em Portugal, bem como desta para com ele, e que isso o perseguiu durante toda a sua carreira no nosso país... Seja como for, fruto da sua persistência e altruísmo, o disco foi lançado, e é hoje em dia a obra maior de José Cid, aquela pela qual mereceu e conquistou o respeito de toda a elite do rock mundial (contrastando com a sua música para festas populares que tanto agrada aos portugueses).


Trata-se de um típico "concept album", a que o próprio José Cid costuma chamar de "Ópera Rock", baseado numa história muito simples em que a Terra é destruída pelos erros da Humanidade, um casal foge para salvar a espécie e regressa 10,000 anos mais tarde para encontrar um planeta virgem resplandecente e começar de novo esta nossa aventura da existência. O pretexto está lançado para vários temas musicais de grande qualidade, autênticas "jam sessions" de fazer bater o pé intercaladas por momentos de quase música ambiente que geram uma atmosfera especial e nos transportam para o espaço, em que o uso de "Moogs" e "Mellotrons" por José Cid tem destaque, bem como o excelente trabalho de Zé Nabo, Mike Sergeant e Ramon Galarza no baixo, guitarras e bateria. Recomendo a audição deste trabalho, de forma aberta e sem preconceitos, e devidamente contextualizada no âmbito da época e da corrente do rock progressivo, espacial e sinfónico em que este album se enquadra. É surpreendente, chega mesmo a deixar em estado de choque quem ouve esta música sem nunca ter conhecido "este" José Cid (eu sei, pois foi o que me aconteceu não há muito tempo)!


Relativamente a edições existe a original em vinil, lindíssima, de 1978 (Orfeu FPAT6001, editado por Arnaldo Trindade & CIA), com várias páginas interiores que apresentam as letras e uma mini-história em imagens (Desenhos de Isabel, ver fotos). Hoje em dia é um disco de colecção, raro e caro (diz-se que não foram produzidas mais de 1000 unidades), já os vi à venda em leilões do Ebay a começar em $1500 USD, e diz-se que no Japão chegam a dar 4000 Euros por uma unidade "como nova" deste disco... em Portugal por vezes encontra-se por valores a rondar os 300 Euros, ou muito mais, depende da condição do disco e da capa. Aparentemente nunca houve qualquer outra edição em vinil, oficial ou "bootleg", nem qualquer reedição nesse formato. O som do vinil original é melhor do que qualquer um dos CD's que conheço deste album, e apesar de não ter o som mais natural ou transparente que já ouvi do vinil, não deixa de ser um disco com som agradável e que satisfaz plenamente, com baixas frequências poderosas e "imensas", e restante espectro "honesto", com o som natural que esperamos do vinil. Não se trata obviamente de uma edição audiófila, pelo que para o género musical e para o espírito em que foi produzido, o som é muito bom e, pricipalmente, a sua audição dá um "gozo do caraças"!


No que diz respeito aos CD's nenhum deles é perfeito em termos sonoros (o LP supera qualquer um deles), e importa frisar que existem rumores que dão as "tapes" originais como desaparecidas há muitos anos, portanto não é de espantar que alguns ou mesmo todos estes CD's tenham sido feitos a partir da digitalização do vinil, e respectiva masterização para CD. Existem pelo menos quatro versões diferentes, que a seguir descrevo.

Uma edição americana de 1994 por uma empresa de Los Angeles chamada Art Sublime (ASCD 1194-005), que editou o CD numa réplica em tamanho real, e de grande qualidade, que imita o LP original e suas ilustrações. É, no fundo, praticamente igual ao LP, mas em vez de um disco e vinil traz lá dentro um CD. O som tem a gama baixa mais definida de todos os CD's, mas parece-me ser um "needle-drop" de vinil equalizado para dar maior ênfase às gamas altas, o que torna os címbalos de bateria e algumas partes dos teclados demasiado fininhos e estridentes, acaba por ser incomodativo. Esta edição parece usar a mesma masterização que foi aplicada por uma editora Japonesa chamada Marquee (MAR-04955), mas não me foi possível confirmar essa informação, onde também foi editado como réplica do LP original, em cartão e com os desenhos no interior, mas em tamanho reduzido como um CD normal.

Depois existem duas edições cuja sonoridade é muito semelhante, pelo que tive oportunidade de ouvir e testar. A edição nacional da EMI/Movieplay (1999 - MOV 30.399), que se pode encontrar nas lojas hoje em dia, e uma edição de uma empresa coreana chamada M2U (M2U-2004), neste caso também em formato de répilca do LP original em tamanho reduzido para CD normal. A única diferença de relevo é que, no caso da edição da M2U, e o mesmo acontece com a edição da Art Sublime, o CD inclui como extra o EP "Vida Sons do Quotidiano", também de José Cid, e que por acaso é muito interessante. O som, em geral, tem um grave demasiado presente e artificial, chega mesmo a ser balofo e invade toda a restante gama de frequências, mas por outro lado não tem o problema dos agudos da edição Art Sublime, apresentando tonalidade e presença com muito maior naturalidade para os címbalos e teclados.


De uma forma geral diria que o vinil é sem dúvida a melhor opção para ouvir este disco, pois apresenta o som mais equilibrado e natural. Dos CD's, acho que a nossa edição nacional consegue ser a melhor opção e mais fácil de encontrar, mas a versão coreana da M2U com qualidade de som praticamente igual tem a vantagem de permitir apreciar o aspecto do LP original e seus conteúdos gráficos (embora em tamanho reduzido de mini-LP réplica), e ainda traz a faixa extra que referi anteriormente... não é difícil encontrar esta versão no eBay, ou mesmo em algumas lojas nacionais onde já o vi.


Para finalizar este "post" aqui no ViciAudio, descobri que este mesmo grupo de músicos iniciou, por volta da mesma altura, um outro projecto deste género criado por José Cid, chamado Vozes do Além. Aparentemente um projecto inacabado, com poemas de Natália Correia e Sofia de Mello Breyner, mas correm rumores de que foi reunida uma nova equipa para finalizar o projecto (de finais dos anos 70) e editar em disco, agora que José Cid parece ter recuperado algum mercado "alternativo" com este seu ressurgimento para o público dos últimos anos.

Aproveito também esta oportunidade para perguntar, a quem esteja a ler isto e porventura saiba dar-me esta informação: QUEM É A ISABEL? A capa e ilustrações do interior do LP são assinados por "Isabel". Acho que o "artwork" deste disco é fenomenal, e gostava de saber mais sobre a autora... quem sabe ela não terá feito outras coisas nesta área? Se alguém souber, por favor queira contactar-me ou deixar um comentário aqui no ViciAudio. Muito obrigado!

Links interessantes. No Youtube um outro fan do "10000 anos..." colocou todas as faixas do disco online, para que todos possam ouvir e apreciar a música:

Informação diversa:

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Para ver e ouvir no http://ViciAudio.blogspot.com


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