segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Quick Spin! - Rosa Passos & Ron Carter - Entre Amigos (Chesky LP - 2010)



Rosa Passos / Ron Carter "Entre Amigos"
Chesky Records JR2291 - Made in Germany 2010
Matrix lado A: JR2291 A   -20802-   VT  SST
Matrix lado B: JR2291 B   -20802-   VT  SST
Código de Barras: 090368229113
1x LP  12" 33rpm

Resumo da Classificação ViciAudio (Música 8/10 - Som 8/10 - Produto 8/10): Prensagem de boa qualidade da Pallas da Alemanha, capa tipo "single sleeve jacket" sem folheto de informação ou letras mas com grafismo bem reproduzido, masterização de boa qualidade, que já era excelente na versão em CD, provavelmente utilizou uma fonte digital de alta resolução da Chesky, pelo que o LP poderá acrescentar algo ao que o CD já oferecia. A música é excelente, um novo sopro de Bossa Nova pela voz inocente e sexy de Rosa Passos e o contrabaixo "sabido" de Ron Carter, e por isso indispensável para os apreciadores do género! 

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quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

R.I.P. Dave Brubeck (December 6, 1920 – December 5, 2012)

 
 
 


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terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Quick Spin! - Prince "Purple Rain" - Warner/Rhino LP (US 2008)

  


O sexto album de Prince (Purple Rain - 1984) fez dele uma estrela de nível mundial, rendeu-lhe dois Grammy Awards e marca presença regular e indispensável em praticamente todas as listas "Best Of" musicais conhecidas dos principais "media" do ramo da música. Não só revela o seu tantas vezes esquecido talento com a guitarra como apresenta algumas opções técnicas pouco comuns na concepção desta banda sonora para o filme "semi-autobiográfico" com o mesmo nome.

Para comemorar os 25 anos deste disco icónico a Warner Brothers (Rhino) pediu ao Kevin Gray da antiga Acoustech Mastering para remasterizar o LP a partir das Master Tapes Originais. Foi uma boa ideia pois esta versão é superior ao LP original (esse masterizado por outro nome sonante: Bernie Grundman) por oferecer uma apresentação sonora menos congestionada, com as altas frequências mais naturais e ainda uma maior presença e tonalidade dos graves, tudo num LP prensado pela RTI em vinil virgem de 180 gramas. Altamete recomendável, este LP foi colocado no mercado em 2008 e poderá já estar fora de produção pelo que é de procurar e comprar uma unidade o quanto antes!

Prince - Purple Rain (1984)
Warner Bros / Rhino R1 25110 (USA 2008)
Matrix lado A: R1-25110-A   S-66596  
KG@ATM
Matrix lado B: R1-25110-B   S-66597   KG@ATM
Código de barras: 081227991494
1x LP 180gr 33rpm - RTI HQ-180

Resumo da Classificação ViciAudio (Música 8/10 - Som 8/10 - Produto 8/10): Excelente prensagem 180gr plana e silenciosa, masterização com muita resolução e bastante superior a todas as versões em formato digital que conheço, música de referência no mundo do pop/rock, packaging de boa qualidade mas que não inclui o poster original.







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domingo, 25 de novembro de 2012

Audioshow 2012 - A desorganização e alguns videos...

Está a decorrer neste fim-de-semana (acaba hoje Domingo 25 de Novembro) o Audioshow 2012, este ano realizado pela primeira vez no Hotel Pestana Palace em Lisboa, que se tem revelado um espaço agradável para se estar ou visitar mas muito pouco adequado para este tipo de evento.

As salas são quase todas pouco vocacionadas para demonstrações audio, umas por serem demasiado pequenas, outras pela sua volumetria e desenho interior desequilibrado, salvando-se uma ou outra que se destacam positivamente pela enorme área disponibilizada e pé direito bastante alto, mas são excepções.

A "navegação" dentro do espaço para visitar as várias salas não só envolve dois edifícios distintos, o que obriga a passar pelo exterior e atravessar uma estrada (debaixo de chuva torrencial como aconteceu ontem) que torna difícil andar sem casaco pelo evento e coloca em risco material fotográfico que muitas pessoas levam, como ainda se torna um exercício de ginástica pelos muitos lances de escadas que era necessário subir já que o único elevador disponível além de lento estava sempre cheio.

Os corredores entre salas são muito estreitos provocando grandes engarrafamentos de audiófilos (que bela imagem, a reter), alguns são estreitos ao ponto de dificilmente passar mais do que uma pessoa (ou duas muito magrinhas lado a lado) em cada sentido, com os seus "obrigatórios" guarda-chuvas e casacos (por causa dos dois edifícios). Entre as próprias salas, em muitos casos, apenas uma porta separava umas das outras, o que permitia que o som da sala do lado fosse perfeitamente audível e incomodativo. Também se notou em algumas salas a falta de informação sobre o equipamento em demonstração...

Finalmente, tive muita pena de não encontrar representadas algumas das lojas de discos que costumam participar em eventos deste tipo (CD GO / Carbono), e uma palavra para o lado estético do evento, muito menos cuidado do que noutros eventos anteriores desta mesma organização, ou nos fantásticos eventos organizados pela HDMC (HiFi Show / Highend Show), com alguns sinais de descuido na forma como algumas salas estavam apresentadas ou corredores algo atabalhoados... isto para não me alongar muito sobre as "hospedeiras" pouco simpáticas cuja escolha devia ter sido delegada na HDMC que para os seus eventos faz sempre, também nesse aspecto, um grande "brilharete".

Para mostrar um pouco como tem sido o som deste Audioshow 2012, que merece ser visitado pois apesar dos constrangimentos referidos em cima os participantes conseguiram boas performances e podem ser ouvidos equipamentos excepcionais, aqui ficam alguns videos que, apesar da imagem de muito fraca qualidade, permitem ouvir com uma clareza invulgar o ambiente sonoro de cada sala/sistema, fruto dos microfones de condensador "studio quality" em configuração "wide 120 X/Y" incorporados na pequena camera que utilizo habitualmente.
 















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sexta-feira, 9 de novembro de 2012

A rodar: Sonny Rollins - Alfie (1966 US) Impulse! Stereo A-911




Theodore Walter "Sonny" Rollins nasceu em 1930 e continua ainda hoje a tocar e a impressionar o público com a sua capacidade de improvisação e com os seus lendários "standards". A sua discografia é imensa, atravessou vários períodos da evolução do Jazz e passou por diversas editoras, mas alguns discos acabaram por ganhar um lugar especial no meu coração musical. Alfie, que compôs como banda sonora para acompanhar Michael Caine no filme com o mesmo nome, é um desses discos que faz parte da minha lista de música essencial. Durante uma curta mas proveitosa relação com a Impulse! nos anos 1965 e 66 da qual nasceram apenas 4 albums, Alfie foi o penúltimo seguido de "East Broadway Run Down" (outro preferido) que marcou o início de um interregno musical de 6 anos em que se ocupou do estudo da meditação, yoga e filosofias orientais... talvez por isso estes albums pela Impulse! tenham tido mais tempo para amadurecer aos ouvidos do público, apesar do seu disco mais conhecido ser "Saxophone Colossus".




Normalmente gosto das reedições "audiófilas" e 100% analógicas que têm vindo ao mercado em grande quantidade, produzidas por labels bem conhecidas como a Analogue Productions, Classic Records, ORG, Music Matters, Speakers Corner, Mobile Fidelity Sound Labs, Audio Fidelity, Impex / Cisco, Hi-Q Records e outras, especialmente quando se trata de edições masterizadas em vinil de 45rpm a partir das "master tapes" por engenheiros conhecidos pelo seu bom trabalho e prensagens de qualidade nas melhores fábricas do mundo. Mesmo quando se trata de "master tapes" com 30, 40, 50 anos ou mais, a verdade é que ao longo de todos esses anos ocorreu uma forte evolução tecnológica que permite obter resultados de maior qualidade, fidelidade e transparência, mesmo falando de diferenças téncnicas importantíssimas que entre os anos 60 e os anos 80 tornaram a produção dos discos (em todas as suas fases) muito mais apurada.


 

 Essas reedições podem por isso mesmo oferecer melhor qualidade de produção durante a masterização e prensagem, muitas vezes também fruto de algumas opções mais interessantes do mastering engineer, permitindo reproduzir a música com maior fidelidade à "master tape" com muito menos limitações do que em décadas anteriores (por exemplo no design de consolas, decks e cutters), além de que muitas vezes os LP's originais, quando falamos de Jazz são primeiras prensagens americanas tipicamente, podem ser muito difíceis de encontrar em bom estado ou por um preço minimamente razoável, pelo que estas reedições com "pedigree" bem documentado e de qualidade são sempre uma boa opção que evita a "caça" ao original tantas vezes dispendiosa e ocasionalmente impossível... No entanto não são só vantagens.

O que uma tape com 40 ou 50 anos não tem é a frescura de uma tape com 3 ou 4 meses.... claro que algumas Master Tapes foram extremamente bem conservadas pelas editoras ou seus proprietários e dificilmente o ouvinte poderia detectar qualquer tipo de deterioração sonora decorrente da idade da fonte, mas nem todas tiveram essa sorte e algumas foram mesmo guardadas e manipuladas em condições miseráveis e sofreram perdas consideráveis. Ouvir uma sessão de gravação do Rudy Van Gelder (que também faz a masterização para o vinil) fresquinha acabadinha de passar para o LP onde ficou registada para sempre toda a sua gloriosa juventude, é sempre uma experiência reveladora, especialmente no que diz respeito à amplitude e clareza das altas frequências bem como os transientes em geral mais acutilantes.




No caso de Alfie, o caso torna-se ainda mais "bicudo". Este título esteve durante muito tempo no calendário de reedições "Ultimate 45rpm" da ORG (Original Recordings Group) comandada pelo lendário mastering engineer Bernie Grundman. O tempo foi passando, e eu esperava... até que perdi a paciência e decidi escrever à ORG perguntando qual o motivo da demora do seu lançamento. A resposta foi desconcertante, ao que tudo indica a Master Tape original da sessão de gravação de Alfie está desaparecida, ninguém conseguiu encontrar a tape e neste momento é dada como perdida, provavelmente para sempre (embora não tenha sido oficializado). Numa das muitas vendas e trespasses do catálogo da Impulse! ao longo dos anos, bem como nas transferências de tapes entre continentes (raro mas por vezes acontecia), houve muitas Master Tapes que se perderam ou danificaram para sempre, sendo agora impossível produzir novos media (qualquer formato) a partir de uma fonte que não seja, pelo menos, uma cópia de segunda geração.

 


Portanto, se quiser deixar-se seduzir pela música e pelo talento de Sonny Rollins (bem acompanhado por nomes como J.J. Johnson e Kenny Burrell), ou deixar-se iludir por Alfie e viajar até 1966 com o melhor som possível, trate de começar a procurar o LP original da Impulse! (edição USA) pois só assim vai estar a ouvir o som da Master Tape no corte original de Rudy Van Gelder. Não sou adepto incondicional do seu tipo de produção sonora, em muitos casos as suas gravações e masterizações privilegiam demasiado os instrumentos de sopro mas emprestam ao piano e ao contrabaixo (e por vezes à bateria) uma apresentação sonora algo enclausurada, com dinâmica reduzida. Mas não é sempre assim, e RVG é considerado universalmente um mestre da sua arte. Neste LP de Alfie o som é muito equilibrado, dinâmico e realista, todos os instrumentos estão bem representados e, praticamente, dentro da minha sala! São 46 anos de frescura conservados num disco de vinil. O Alfie é que não tinha frescuras nenhumas com elas...


Sonny Rollins - Alfie
Impulse! USA 1966 Stereo A-9111
Matrix Side A: AS-911-A   LW   VAN GELDER
Matrix Side B: AS-911-B   LW   VAN GELDER
(Music from the Score / Orchestra Conducted by Oliver Nelson)


Resumo da Classificação ViciAudio (Música 10/10 - Som 9/10 - Produto 9/10): Música e performance excepcionais por um dos mais consagrados músicos da história do Jazz, uma primeira edição original Americana gravada e masterizada pelo lendário Rudy Van Gelder em estado quase imaculado, capa "gatefold" da época em bom estado com o design e a qualidade de apresentação típica da Impulse!



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sábado, 27 de outubro de 2012

Audioshow 2012 - 23, 24 e 25 de Novembro



Está de volta o Audioshow, nos próximos dias 23, 24 e 25 de Novembro (2012) ocupará as belas salas do Hotel Pestana Palace na Rua Jau 54 Alto St Amaro Lisboa. Já estávamos todos com saudades destes eventos e de rever os amigos de longa data que sempre se encontram por estas ocasiões.

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quinta-feira, 16 de agosto de 2012

A rodar: Chris Isaac - Wicked Game (Vinyl LP Reprise 1991)








Wicked Game de Chris Isaak é um "compilation album" que reúne vários temas dos seus três LP's anteriores. A música mais conhecida com o mesmo nome fazia parte originalmente do album "Heart Shaped World" sem que tenha causado grande impacto mas acabou por fazer furor ao aparecer (em versão apenas instrumental) no excelente filme Wild at Heart realizado por David Lynch em 1990. O resultado da compilação criada para aproveitar este sucesso inesperado é bastante homogéneo com a inclusão de vários "hits" de grande qualidade musical (e técnica) que se conjugam para criar possivelmente o melhor LP de Chris Isaak... sempre gostei deste disco por motivos nem sempre muito claros (aliás, quase sempre escuros), que em vinil soa ainda melhor e me faz recordar os "wild" anos 90 em toda a sua glória...




Chris Isaak - Wicked Game (33rpm LP)
Reprise 7599-26513-1 (Germany 1991)
Matrix Side A: R/S Alsdorf   759 926513-1-AX   33
Matrix Side B: R/S Alsdorf   759 926513-1-B   87
Barcode: 075992651318

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quinta-feira, 12 de julho de 2012

Analogue Productions The Doors 45rpm LP & SACD Reissues 2012


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domingo, 24 de junho de 2012

Quick Spin! - Them Crooked Vultures



O "super grupo" Them Crooked Vultures de Los Angeles formado em 2009 conseguiu trazer de volta o Hard Rock (de qualidade) para as luzes da ribalta, chegando mesmo a ganhar um Grammy pela melhor Hard Rock Performance em 2011. Formado por John Paul Jones (antigo membro dos Led Zeppelin), Dave Grohl (dos Foo Fighters antes dos Nirvana), e Josh Homme (dos Queens of the Stone Age), os Them Crooked Vultures apresentam um album excitante e inteligente que sem nunca  fugir ao seu núcleo Hard Rock também não renega influências dos Blues e do Rock Progressivo.




Surpreendentemente o LP da DGC/Interscope produzido na muito mal reputada fábrica da United Record Pressing em Nashville USA tem boa qualidade (pouco ou nenhum ruído nem outros problemas físicos nos discos) permitindo apreciar este album (em 2012 já quase podemos falar dele como um Clássico!) como ele merece. O packaging atraente numa capa gatefold com duas inner sleeves ilustradas onde se podem ler as letras das músicas não é nada de exuberante mas é robusto quanto baste. Masterizado por Brian Gardner dos estúdios Bernie Grundman Mastering (Hollywood), tem um som bastante denso e energético onde é possível perceber alguma compressão mas sem que esta se torne excessiva ou desadequada para os intrumentos e estilo musical presentes no disco.




Não comprei a versão Europeia (RCA UK), por uma questão de não correr o risco de ouvir uma masterização alternativa para o mercado externo (muitas vezes inferior), compro sempre que possível o LP do país original da gravação, neste caso dos Estados Unidos da América. Rock is Alive! Vale a pena procurar no Youtube para ouvir umas samples e tomar o gosto antes de comprar o LP para abanar o sistema...




Them Crooked Vultures
2xLP @33rpm DGC/Interscope USA 2009
Catalog: B0013785-01
Matrix Side A: B0013785-01 A   U
Matrix Side B: B0013785-01 B   U
Barcode: 602527272313


Resumo da Classificação ViciAudio (Música 8/10 - Som 7/10 - Produto 7/10):



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domingo, 13 de maio de 2012

A rodar: Stan Getz & João Gilberto - Getz / Gilberto - Analogue Productions 2xLP 45rpm


(a capa do disco Getz / Gilberto ilustrada com uma pintura de Olga Albizu)

(for this review in English please click here)

Foi este disco de 1964 que imortalizou temas famosos como "The Girl From Ipanema", "Desafinado" e "Corcovado", cimentando assim definitivamente a invasão da Bossa Nova ao Mundo do Jazz e popularizando o género para o público em geral. Gravado em Março de 1963 nos estúdios da A&R Recordings de New York e editado pela Verve no ano seguinte, foi um dos discos de Jazz mais vendidos de sempre, ganhando vários prémios entre os quais se detacou a primeira vez que um disco de Jazz ganhou o Grammy Award para melhor album do ano em 1965, algo que só voltaria a repetir-se 43 anos depois com o album River de Herbie Hancock. Ganhou também o Grammy Award para Best Engineered Album (non classical) o que revela bastante sobre o cuidado com que foi gravado e produzido, apesar da história caricata que vou contar mais à frente sobre a forma como foi masterizado para vinil pela primeira vez.




Musicalmente, não precisa de grandes apresentações, estas melodias fazem parte do nosso imaginário colectivo global desde há décadas, trata-se de um verdadeiro Clássico que contou com grandes nomes do Jazz e da "cena" Bossa Nova do Brasil, com maior relevo para as participações de Stan "The Sound" Getz no sax tenor, João Gilberto (um dos criadores e principais vozes da Bossa Nova) na viola / voz, e António Carlos Jobim (que compôs a maior parte dos temas do disco, à época já consagrado no seu país, também um dos criadores do género) no piano.  Além destes grandes nomes, apresentou também Milton Banana na bateria (o seu contributo foi enorme para o sucesso deste disco), Sebastião Neto no contrabaixo e, de forma algo inesperada a voz de Astrud Gilberto que se encontrava no estúdio a acompanhar o marido João, e que por insistência deste, de forma completamente imprevista, acabaria por cantar em alguns dos temas mais famosos do disco, celebrizando a sua voz e abrindo portas à sua carreira internacional.




Falando na Astrud Gilberto, a belíssima esposa de João Gilberto, há algumas histórias interessantes à volta da sua participação nesta sessão de gravação, e sobre o seu envolvimento amoroso com Stan Getz que veio a público pouco mais de um ano depois, o que pode ou não explicar alguma animosidade que havia em estúdio durante a gravação desta música "cool" que transparece tanta calma e harmonia... Na verdade houve vários relatos de atritos entre João e Stan durante as gravações em que Getz era apelidado de "gringo" por João Gilberto que obrigava Jobim a intermediar e traduzir as conversas entre os dois, algo que ele fazia sempre acrescentando alguma elegância e civismo ao que era dito originalmente pelos outros dois, para tentar acalmar o ambiente...  João Gilberto viria também a acusar Stan Getz de tocar o sax com demasiado volume e de durante a mistura do album ter pedido para que o saxofone fosse ainda mais destacado no "mix", como forma de se auto-promover, contrastando com a sonoridade geral do album, que se pretendia mais relaxado. São muitas as fotos em que se pode ver Stan Getz sorridente e João Gilberto de semblante carregado e até um pouco incomodado. Teria razões para isso... felizmente em nada prejudicou a Música!



(o video mostra o lado C desta reedição a tocar no meu sistema audio com o Rega P9)


A sessão de gravação foi meticulosamente realizada nos Estúdios A&R Recordings de New York por Phil Ramone sob a Produção de Creed Taylor, acabou por ter também uma história curiosa acerca de um "descuido" que veio a afectar a forma como este album se deu a conhecer ao Mundo e como foi sendo reproduzido ao longo de décadas. Como era típico na época, a gravação foi feita simultâneamente para tape mono (misturado em tempo real no momento da gravação) e para tape de 3 faixas (na verdade são como 3 faixas mono na mesma tape, correspondentes ao canal esquerdo, central e direito) que depois tem de ser misturada para verdadeiro Stereo (mix-down para dois canais).

A mistura original da tape 3-Track para 2-Track Stereo feita por Phil Ramone (e é este down-mix para stereo que se considera tecnicamente a "Master Tape" original), representa fielmente o posicionamento dos artistas e microfones no estúdio de gravação, com a voz de Astrud e o piano de Jobim no lado esquerdo do palco sonoro, o saxofone de Getz e a voz/viola de João Gilberto ao centro, e finalmente a bateria e o contrabaixo do lado direito, com a particularidade da voz de Astrud Gilberto estar sempre do lado esquerdo e ser praticamente inaudível no canal direito, ou seja a voz vem como que afastada, de fora do palco sonoro a partir do lado esquerdo, e não de dentro da imagem stereo (porque no canal direito a sua voz não aparece). Como muitos leitores poderão recordar-se, ou poderão ir verificar agora, muito provavelmente não é isto que vão ouvir quando puserem o vosso disco (CD ou LP) a tocar. Algo aconteceu...




Esta Master Tape (down-mix stereo feito a partir da 3-track) é depois copiada para uma "Safety Tape" e usada para fazer a primeira masterização (ou corte) para vinil, que na altura poderá ter sido feita por Ami Hadani (mas não é possível confirmar). Neste momento, por um motivo que é completamente desconhecido, houve uma inversão dos canais que simplesmente trocou a posição dos intrumentos do lado esquerdo com os instrumentos do lado direito, com o efeito mais óbvio, entre outros, de ter colocado a deslumbrante voz de Astrud Gilberto a surgir do lado direito do palco sonoro, e é assim que a maior parte das pessoas se lembra desta música, quando na verdade não foi assim que a gravação ocorreu nem foi assim que a mistura original fez a disposição dos vários elementos sonoros.

Durante a primeira masterização para vinil, e em simultâneo, foram feitas novas cópias da Master Tape a que se chama de "EQ Cutting Master", onde ficou registada essa inversão de canais e a informação sobre as opções técnicas (ajustes, etc) realizadas nessa sessão de masterização para que seja possível replicar esse mesmo corte noutros locais do país e do Mundo sem que haja alterações relevantes de mistura, equalização, etc... ou seja, estas foram as cópias EQ Cutting Master que foram distribuídas e que serviram de base para, provavelmente, todas as edições em LP e CD feitas até 1997, altura em que algumas reedições foram feitas com recurso à "3-Track Tape" original (basicamente são remisturas, não representam o mix original deste album). Ficou desta forma feita a difusão mundial de um "descuido", que alguns classificam de erro, embora até hoje não seja claro se houve ou não alguma intenção para o fazer, o que seria bastante incomum até porque não consta das notas de masterização originais. Quando o album se tornou um sucesso de vendas descomunal, isso aconteceu a partir de uma mistura invertida... provavelmente causada por um par de cabos trocados na consola de masterização do primeiro vinil de Getz/Gilberto.


(foto original de David Drew Zingg que ilustra o interior da capa "gatefold" original)


O que esta reedição traz de novo, além de nos oferecer o album pela primeira vez em dois discos de 12" a 45rpm, é o facto de representar também a primeira vez que o disco nos é apresentado com a disposição de elementos da mistura original de Phil Ramone, produzida a partir dessa Master Tape original de 1963 de forma 100% analógica por George Marino nos estúdios da Sterling Sound. Nunca anteriormente tinha chegado ao mercado o famoso album Getz/Gilberto com uma produção tão cuidada e tão fiél ao original, não ao LP original que como vimos foi ele próprio resultado de um erro operacional que lhe inverteu os canais, mas à gravação original, ao que se passou no estúdio, e à mistura original do responsável por essa gravação, usando-se agora também pela primeira vez essa Master Tape que não era utilizada desde 1963, em vez de uma das muitas EQ Cutting Master ou da 3-Track tape. Tirando a possibilidade de voltar a juntar o Stan Getz com Jobim e o casal Gilberto para tocar este clássico intemporal nas nossas casas mesmo à nossa frente, nada mais do que essa Master Tape de 1963 nos aproxima desse ideal musical e sonoro! Aconteceu agora com esta reedição da Analogue Productions.




Depois de muita pesquisa para encontrar a verdadeira Master Tape original (o Stereo mix-down feito em 1963 por Phil Ramone a partir da 3-track tape usada para gravar a sessão), por entre erros de catalogação (A-File / B-File) e problemas de logística e arquivo, foi preciso decidir sobre a viabilidade da sua utilização já que, passados mais de 50 anos e eventuais maus tratos em vários arquivos, o estado da tape poderia não ser melhor... Depois de uma cuidada inspecção e audição da tape, George Marino e a sua equipa  consideraram que era possível manter os níveis de ruído e distorção típicos de uma tape com alguma deterioração num mínimo perfeitamente aceitável face aos benefícios sónicos de fazer esta remasterização a partir de uma tape de primeira geração em vez de uma cópia de segunda geração. E tinha toda a razão, apesar de algumas passagens em que é possível ouvir os sinais da idade da tape, na verdade pouco ou nada incomodam e a transparência obtida na transposição dos instrumentos e vozes presentes na tape para o "vinyl lacquer" é notável, com a presença do saxofone de Stan Getz e da voz de João Gilberto a tornar-se extremamente realista, vívida, detalhada e por vezes arrepiante! Algo que não encontraremos provavelmente em mais nenhuma edição deste album, seja em vinil, CD, SACD ou ficheiros de alta resolução (como os que estão disponíveis na HD Tracks e que também apresentam o mix invertido como tantas outras versões ao longo destas décadas).

Nos estúdios da Sterling Sound, George Marino teve a possibilidade de trabalhar com um leitor/gravador Ampex ATR-102, um equipamento de eleição para fazer mistura ou gravação mas que não era usado para masterizar vinil porque a Ampex nunca fez uma versão com "Preview Head" indispensável para essa função. No caso desta ATR-102 foi feita uma alteração única que adicionou uma "Preview Head" (trabalho realizado por Mike Spitz da ATR Services e Barry Wolifson da Sterling), tornando a máquina da Sterling a única do Mundo a beneficiar desta alteração que lhe permite ser usada para masterizar discos de vinil com a qualidade que lhe é reconhecida.




E como soa esta reedição? Bom, para começar é sempre um prazer enorme ouvir este disco mesmo depois de tantos anos e tantas audições, a música é maravilhosa e não nos consegue cansar, antes pelo contrário, cada audição é uma viagem e uma redescoberta. Nunca o foi tanto como nesta reedição onde além do realismo e palpabilidade do sax e vozes já referido podemos ouvir provavelmente a versão mais limpa em termos de equalização (onde por exemplo a edição da MFSL falha pelo exagero) com os graves do contrabaixo bastante contidos ao contrário de muitas outras edições onde estes estão muito "espalhados" e sem definição. O equilíbrio tonal e tímbrico do mix original e deste esforço de masterização é bastante harmonioso conseguindo uma fusão mais eficaz entre os instrumentos e a voz de Astrud Gilberto, com uma apresentação do palco sonoro mais clara e sem defeitos de "panning" na mistura (há versões onde por exemplo se ouve a voz de João Gilberto num local do palco e a sua viola noutro local completamente diferente). 

Além de um ou outro sinal de distorção ocasional presente na Master Tape, as altas frequências são outro dos elementos a sofrer com a idade e manuseamento menos cuidado da tape. O que pode dizer-se sobre elas é que soam com presença suficiente e timbre bem preservado de forma bastante natural. Seguramente uma edição original de 1964 feita com uma tape "fresca" terá mais energia nessa gama de frequências, mas não há qualquer motivo para achar que isso prejudica de alguma forma a qualidade sonora audiófila desta reedição cuja masterização e prensagem é de qualidade superior em todos os aspectos. Felizmente para nós George Marino resistiu, ao contrário de outros Mastering Engineers, a tentar compensar isso através de uma equalização exagerada e pouco realista que seria desnecessária e seguramente afectaria o som de todos os intrumentos deitando por terra o esforço de rigor técnico e bom gosto que foi aplicado na produção deste disco. Esta reedição da Analogue Productions é na minha opinião e com pouca margem para dúvidas a melhor edição alguma vez produzida deste clássico do Jazz Bossa Nova, trata-se de um disco absolutamente indispensável.

A prensagem desta edição em duplo vinil de 200 gramas a 45rpm foi feita na nova Quality Record Pressings (da Acoustic Sounds) e em geral corresponde bem à expectativas e ao preço desta edição (cerca de $49 USD), apesar de ter detectado na minha cópia algum ruído de fundo (uns tick/pops muito ligeiros) principalmente na primeira faixa do lado A, mas nada de preocupante, com os discos a pousarem de forma quase perfeitamente plana no prato, e um packaging de altíssima qualidade, capa gatefold de cartão bastante grosso e rígido, acabamento laminado de efeito brilhante e bolsas interiores dos discos em material "polyethylene" que protegem os discos sem deixar quaisquer marcas e sem causar carga estática nos mesmos. De acordo com a Analogue Productions trata-se de uma edição limitada em que apenas as primeiras 2500 unidades foram numeradas, neste momento ainda está em produção a versão não numerada, não sei por quanto tempo... Uma reedição a não perder e uma escolha óbvia para inaugurar o Vinyl Gourmet TOP 100 Audiófilo!


Stan Getz and Joao Gilberto
Getz / Gilberto (Verve 1963)
Analogue Productions Ltd Edition (AP-8545 / USA 2011)
Mastered from Original Master Tapes by George Marino at Sterling Sound
Matrix Side A: (AVRJ).MG-V6-8545-A Sterling
Matrix Side B: (AVRJ).MG-V6-8545-B Sterling
2xLP 200gr @45rpm pressed at Quality Records



Resumo da Classificação ViciAudio (Música 10/10 - Som 9/10 - Produto 9/10):
Preço alto mas que compensa pelo pioneirismo da edição que é limitada mas não se sabe por quantas unidades, packaging de excelente qualidade mas sem extras, gravação fenomenal, Master Tape com algumas limitações pouco relevantes face a vantagens óbvias, masterização fabulosa e prensagem de boa qualidade, música que faz dos sonhos... sonhos, definiu uma geração de músicos e ouvintes.

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sexta-feira, 11 de maio de 2012

Bernardo Sassetti - A Vertigem do Silêncio (1970 - 2012)



Ontem 10 de Maio 2012, o músico Bernardo Sassetti caiu de uma falésia na zona de Cascais quando tirava uma fotografia (outra das actvidades a que se dedicava), e acabou por falecer... aos 41 anos, deixando a sua esposa Beatriz Batarda e duas filhas.

Deixa também muita música... Música genial, de um dos melhores que Portugal foi capaz de mostrar ao Mundo. Dizia ele que o cineasta José Álvaro Morais a certa altura o despertou para a importância do Silêncio. Era nesse Silêncio que Bernardo Sassetti dizia mergulhar-se constantemente, olhando o Infinito, e buscava nele a inspiração e a música que fez dele um artista e uma personalidade tão singular. Foi o meu Silêncio que os discos e concertos do Bernardo Sassetti tantas vezes preencheram e vão continuar a preencher, enriquecendo-me e tornando o meu Mundo melhor.

O Piano agora parece que toca sozinho, mas é apenas uma ilusão, uma Vertigem de Silêncio. Até sempre Bernardo, obrigado por tudo o que nos deste!


 


"Temos que saber dar tempo ao seu "tempo". Ouvir-lhe a voz. Ouvir-lhe o silêncio." ~Bernardo Sassetti

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segunda-feira, 30 de abril de 2012

A rodar: Les McCann & Eddie Harris - Swiss Movement - LP Reissue


   ("Jazz meets Soul in an act of spontaneous combustion")
 

O Quarteto de Eddie Harris e o Trio de Les Mccann participavam no Montreux Jazz Festival de 1969 na Suíça com uma reacção do público bastante calorosa, o que terá levado a que já no final do festival os dois tivessem a vontade de tocar juntos, algo que não estava planeado. O trompetista Benny Bailey, a viver na Europa há vários anos, encontrava-se também em Montreux nessa altura e foi convidado a participar neste concerto "impromptu", juntando-se assim a Leroy Vinnegar no contrabaixo e Donald Dean na bateria.


(no video em cima roda o meu LP a tocar a faixa "You Got It In Your Soulness")


Este concerto, com os ritmos "funk" apoiados na repetição de temas dançáveis e longos solos bastante inspirados de Les e Eddie, fez furor no festival e ficou registado em disco que foi chamado apropriadamente de "Swiss Movement", album que conseguiu enorme sucesso comercial e que gerou um single (Compared To What) bastante popular, tal como o disco muitas vezes referido como um dos bons exemplos do chamado "Soul Jazz". Não posso deixar de destacar "Kathleen's Theme", um tema bastante mais calmo quase uma balada em certos momentos, onde Eddie Harris integra um solo de Tenor Sax brilhante e tocante.

Não sendo propriamente um disco difícil de encontrar na sua edição original da Atlantic Records (USA), porque muitos foram produzidos e vendidos, não é apesar de tudo fácil encontrar um exemplar em condição realmente boa, com capa e disco em estado imaculado como a obra tão bem merece. Em 2010 entra em cena uma excelente reedição da Rhino Records que nos oferece um LP de 180 gramas produzido de forma 100% analógica e masterizado por Bernie Grundman a partir das Master Tapes originais, prensado na excelente fábrica da RTI nos Estados Unidos da América e que nos chega dentro de uma capa de cartão bastante robusto e rígido que replica fielmente a superfície rugosa e de acabamento quase plástico da edição original. O custo proposto é cerca de $25 USD nas principais lojas e locais de venda internacionais.


(neste video é possível ver "Compared To What" deste disco ao vivo no Festival)


Talvez pelo carácter inesperado deste concerto, a gravação sofre de alguns males crónicos, não tem nada a ver com aquelas gravações de estúdio recorrendo a técnicas apuradas e controladas de "close micing", em vez disso durante a performance é mesmo possível ouvir alguns instrumentos que, por causa do movimento dos músicos, desaparecem do palco sonoro e voltam a aparecer segundos depois, bem como uma distribuição dos intrumentos pouco habitual, mas apesar de tudo bem captados no espírito da boa representação do ambiente vivido no local durante esta actuação tão espontânea. Não é uma gravação audiófila, mas satisfaz plenamente, porque nos transporta para o Festival e especialmente porque a masterização de Bernie Grundman tem muita arte e qualidade, com muita dinâmica e sem efeitos secundário resultantes de equalização incorrecta, parece ser um "corte" bastante simples que permite ao ouvinte usufruir de um espectro de frequências equilibrado e com muita presença na sala, faz bater o pé.

Les McCann & Eddie Harris
Swiss Movement - Atlantic SD 1537 (1969)
Rhino RTI HQ-180 Reissue (2010)
Matrix Side A: RI-1537-A BG 19121.1(3)...
Matrix Side B: RI-1537-B BG 19121.2(3)...
Barcode: 081227980474
Mastered by Bernie Grundman & Pressed at RTI




Resumo da Classificação ViciAudio (Música 7/10 - Som 7/10 - Produto 7/10):
Preço médio para um packaging de excelente qualidade mas sem extras, gravação com algumas limitações, excelente masterização e prensagem, música muito boa representa bem um estilo e o ambiente no evento executada por excelentes artistas num festival de jazz mítico.

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sexta-feira, 27 de abril de 2012

ViciAudio Facebook Page


O ViciAudio tem a partir de ontem uma "Facebook Page" (http://www.facebook.com/ViciAudio), que mais não é do que uma conta de Facebook que está associada a uma entidade (neste caso o blog ViciAudio) em vez de uma pessoa. É possível a qualquer pessoa registada no Facebook fazer "Like" na página do Facebook ViciAudio para receber notificações relativas aos updates do blog bem como conteúdos que, pela sua natureza específica, serão divulgados apenas através do Facebook. Do you Like?


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quinta-feira, 26 de abril de 2012

ViciAudio passa a publicar classificação dos discos de 0 a 10 - Som, Música e Produto


A partir de hoje, e depois de inúmeros pedidos que me chegaram da parte de muitos visitantes do ViciAudio, passarei a classificar de 0 a 10 os discos (LP's) que recomendo e sugiro aqui no blog. A ideia é fazer uma avaliação e pequena descrição sobre vários aspectos que considero importantes:

- Qualidade da Prensagem do vinil, o que inclui o aspecto visual do mesmo (riscos, manchas, etc) e os ruído que possa apresentar durante a leitura, se é completamente plano ou se tem qualquer tipo de "warp" ou "dishing" e se existe alguma distorção audível resultante de uma prensagem defeituosa.

- Qualidade do "packaging", ou seja como é feita, com que formato e qual a qualidade da capa do disco, bem como das bolsas interiores (inner sleeves), se este vem selado quando novo e se a apresentação gráfica é boa e está de acordo com o tipo de edição em causa.

- Extras incluídos, como os habituais cupões para download da música em formato digital, ou os CD's e DVD's de oferta, documentos e textos, fotos e cartões... etc.

- Qualidade da Gravação, que ajuda a perceber o que pode esperar do disco relativamente ao som original, algo que não depende propriamente da masterização ou da prensagem mas sim da forma como o som foi captado e processado originalmente.

- Qualidade da Masterização, indicando sempre que possível qual a fonte utilizada para masterizar o disco e se esta foi analógica ou digital, bem como quais os passos principais que foram realizados neste processo. Esta área de avaliação é a que mais se aproxima directamente daquilo a que chamamos normalmente "qualidade de som", onde se fala por exemplo da gama dinâmica, resolução e extensão de frequência disponíveis.

- A Qualidade da Música onde de uma forma sempre pessoal e subjectiva avalio a qualidade, o impacto e o prazer que a música presente no disco, ou a sua performance, me proporcionou.

- E finalmente, a Qualidade do Produto em que se pretende avaliar a qualidade final do disco como objecto, levando em conta o seu preço, a sua exclusividade ou disponibilidade limitada, probabilidades de valorização futura ou valor acrescentado face a outras opções disponíveis.

No fim, todos estes factores são agrupados em três tópicos principais (e estes apenas serão alvo de uma classificação numérica): Som, Música, e Produto cada um deles classificado de 0 a 10.

Espero que esta nova forma de avaliar discos aqui no ViciAudio possa ajudar, especialmente aqueles que não dominam a língua Portuguesa (e são muitos os visitantes estrangeiros), a perceber como são os discos aqui referidos e o que penso sobre eles.

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sexta-feira, 20 de abril de 2012

BBC Travel - The world’s best record shops

(imagem do filme High Fidelity)

Dá sempre jeito para quem viaja saber onde estão algumas daquelas que são consideradas as melhores lojas de discos (também novos mas principalmente usados) do Mundo. Há seguramente outras, mas este pequeno artigo publicado pela BBC por ocasião do Record Store Day 2012 já oferece algumas dicas interessantes, a visitar clicando neste link.

Euclid Records - New Orleans - U.S.A.   /   Intoxica - London - United Kingdom
Wah Wah Records - Barcelona - Spain   /   Waterloo Records - Austin Texas - U.S.A.
Moogy's Mobile Store - Perth - Australia   /   Amoeba Music - Berkeley California - USA

Outras listas e artigos sobre as melhores lojas de discos no Mundo:

Time Out - London's Best Record Shops   /   Flavorwire - America's 10 Greatest Indie Record Stores
Spin - America's 15 Best Indie Record Stores   /   Pitchfork's Favorite Shops   /   Record Store Review

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quinta-feira, 12 de abril de 2012

Record Store Day 2012 no dia 21 de Abril... a celebração do disco, e não só...


Está de volta o Record Store Day, este ano curiosamente no dia do meu aniversário! Aqui fica a lista oficial de lojas portuguesas que participam no evento que promete edições exclusivas e preços muito especiais:

Carbono (Amadora, Lisboa), WahWah (Aveiro), Quebra Orelha (Coimbra), Symbiose (Lisboa), Trem Azul (Lisboa), Vinil Experience (Lisboa), Flur (Lisboa), Louie Louie (Lisboa, Braga, Porto), CDGO (Porto)

Faça download da lista de edições em vinil relativas ao Record Store Day em formato PDF aqui.

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sábado, 7 de abril de 2012

A rodar: Kate Bush - The Dreaming (1982 LP EMI)



Motivado por um video que um contacto me recomendou recentemente no Facebook, a minha atenção parou um momento sobre Kate Bush a propósito do seu último album 50 Words for Snow (muito bom por sinal), o que me levou a descobrir (ou em alguns casos relembrar) o seu trabalho ouvindo todos os seus discos desde o primeiro... Há artistas que andam sempre ligeiramente abaixo do nosso radar, e nunca sabemos exactamente o porquê de não lhes darmos a atenção que tantas vezes merecem. A Kate Bush merece!




Não sendo propriamente o meu album preferido da sua discografia, The Dreaming é seguramente aquele que mais me surpreendeu e me fez admirar ainda mais o seu trabalho. A faixa escolhida para o video que pode ver-se em cima (Houdini, infelizmente com algum ruído de fundo no meu LP) é talvez a mais convencional do album (ainda assim lindíssima) a que a própria Kate Bush chamou "o seu momento de loucura" e que é um tributo à liberdade criativa, uma verdadeira demonstração de coragem e imaginação. Foi o primeiro album em que Kate Bush teve honras de produção sem interferências ou limitações externas, e isso nota-se desde o primeiro segundo, revelando uma artista capaz de abanar os anos 80 e de inspirar as décadas seguintes.




A forma eficaz (mas nem sempre fácil ao ouvido) como soube misturar influências musicais muito diversas, estilos como o Jazz ou a música Étnica e até a Clássica, é surpreendente. Durante a primeira audição do disco dei por mim a pensar "... aqui está a Bjork... e agora Dead Can Dance..." e muitos outros em quem, claramente, esta artista e este disco em especial teve impacto e influência determinantes. Com a participação discreta (vozes) do seu "padrinho musical" David Gilmour que a "descobriu" em 1974, este é um disco surpreendente e indispensável para quem quiser conhecer esta artista e compreender melhor a música dos anos 80, 90... e daí por diante. Uma audição apenas poderá ser insuficiente para o ouvinte absorver todas as nuances complexas que marcam este disco que foi claramente alvo de um esforço de produção muito elaborado apresentando várias camadas sonoras e fusão de elementos pouco habituais...




Kate Bush The Dreaming (1982)
EMI UK EMC 3419
Matrix side A: EMC 3419 A-5U-1-2
Matrix side B: EMC 3419 EMA 798 B-2U-1-1-1

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quinta-feira, 29 de março de 2012

10 Anos de Festa do Jazz... a paixão do Jazz está de volta ao São Luiz



"A 31 de Março e a 1 de Abril, sábado e domingo, festejamos 10 anos de Festa do Jazz do São Luiz, a festa do Jazz Português.

A Festa do Jazz do São Luiz é o espaço privilegiado de encontro dos músicos e amantes de Jazz de todo o país. Uma boa parte dos melhores e mais conhecidos músicos, compositores e improvisadores, cruza-se ao longo de um fim-de-semana com os combos das escolas de jazz de todo o país, com outros músicos - cujo trabalho começa a ser conhecido - e com um público interessado e entusiasta. Na sua décima edição, a Festa volta a ser o lugar da partilha, do diálogo, mas também do confronto e da experimentação. E, desejavelmente, um ponto mais para a intensificação da circulação internacional do jazz português."




Vale a pena visitar o evento nos dois dias, e já agora jantar no Spot São Luiz no intervalo destas duas actuações que são são verdadeiramente imperdíveis:


"31 / Março 19H00
ELISA RODRIGUES
HEART MOUTH DIALOGUES

Ainda que tendo como base a pretensão de uma reinvenção de temas do cancioneiro americano, este grupo não foge a qualquer influência das outras músicas do mundo, como é o caso da bossa nova, do funk, do rock e mesmo da pop. O que se pretende é integrar cada musicalidade, cada influência, na formação da própria identidade musical do grupo, transformando cada canção numa nova canção e cada interpretação numa reinterpretação. Assim dita o jazz.

Elisa Rodrigues voz - Júlio Resende piano - Cícero Lee contrabaixo - Joel Silva bateria


31 / Março 21H30
CARLOS BICA AZUL
com FRANK MÖBUS e JIM BLACK

Entre os vários projectos musicais liderados por Carlos Bica, e para além das suas participações em outras áreas - como o teatro, a dança e o cinema -, o seu trio Azul tornou-se na imagem de marca do contrabaixista e compositor. Foi com este projecto que Bica inaugurou a sua discografia pessoal em 1996 (o álbum chamou-se Azul e o grupo também). Com Frank Möbus na guitarra e Jim Black na bateria, Bica criou a montra ideal para as suas composições. A formação manteve-se, amadureceu uma identidade musical - que se confunde já com a do próprio Carlos Bica - e foi através dela que o contrabaixista voltou a expor notáveis resultados em Twist (1999), Look What They've Done To My Song (2003) e Believer (2006). Passados 15 anos desde a edição do primeiro álbum, Bica voltou a reunir em estúdio os seus companheiros de longa data para gravar aquele que é o quinto álbum deste trio, Things About (Outubro de 2011).

Frank Möbus guitarra - Carlos Bica contrabaixo - Jim Black bateria"

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quarta-feira, 28 de março de 2012

A rodar: Dave Brubeck Quartet - Time Out (Classic Records LP Reissue)




Um dos meus discos de Jazz preferidos, e também um dos mais vendidos de sempre, numa edição excelente da Classic Records "masterizada" por Bernie Grundman que fez neste LP provavelmente o melhor trabalho que já tive oportunidade de "lhe" ouvir. O som é simplemente fenomenal, sem quaisquer tipo de aberrações ou defeitos que possam ser apontados... ao que consta (não oficialmente) terá sido uma "flat transfer" de Bernie Grundman a partir das "master tapes" originais, sem quaisquer alterações ao nível da equalização, redução de ruído ou compressão. A experiência de audição é isso mesmo, pura, virgem, crua, com todo o impacto da percussão a abanar as colunas, o sopro "cuspido" do saxofone na cara do ouvinte, o piano com dinâmica inalterada e absolutamente cristalino, e o contrabaixo amplo que preenche a sala de audição espalhando todo o seu perfume e acentuando as linhas melódicas sem cair na ressonância típica de uma gravação deficiente ou de equalização aberrante. Esta masterização dá vida à música!




Esta edição em vinil de 200gr a 33rpm, produzido na fábrica da RTI nos Estados Unidos a partir de 1995 (agora só disponível no mercado de usados), é a verdadeira e bastante "palpável" Alta Definição Audio, que considero absolutamente imprescindível para qualquer apreciador de música, amante de Jazz, e apreciador das qualidades sonoras únicas deste formato analógico. A música não precisa de grandes apresentações, com assinaturas sonoras pouco (ou nada) convencionais e performances memoráveis, Dave Brubeck (piano) e Paul Desmond (saxofone alto) criaram um clássico, acompanhados por Joe Morello (bateria) e Eugene Wright (contrabaixo) que atravessou fronteiras e estilos musicais tornando-se num campeão de vendas intemporal. Aprecio especialmente o trabalho de Desmond neste album, provavelmente o seu melhor, com um tom e execução verdadeiramente fenomenais. No video pode ouvir-se a gravação da faixa Take Five (com recurso a microfone externo que capta o som na sala de audição), uma das mais conhecidas e provavelmente a melhor do LP, com a linha sinuosa do saxofone a colorir a cadência repetitiva do piano de forma algo inesperada e em contraste com a "violência" da bateria. Não posso deixar de referir que existe uma versão memorável de Take Five pelo Quinteto Maria João no album "Cem Caminhos"... outro da minha lista de preferências e referências musicais, também existe em vinil com um som fantástico!




Dave Brubeck "Time Out" (1959)
Columbia Records CS 8192
Classic Records Quiex SV-P 200gr LP 33rpm (1995)
Matrix Side A: CS-8192-A BG
Matrix Side B: CS-8192-B BG
*BG = Bernie Grundman

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sexta-feira, 16 de março de 2012

Quem assinava o corte de tanto vinil Nacional (EMI/VC) nos anos 80/90?



Uma pergunta sobre a produção de discos de Vinil em Portugal para a qual estou a ter dificuldade em encontrar resposta... Comecei a reparar que uma grande parte dos discos EMI/Valentim de Carvalho que compro têm em comum uma assinatura na "matrix" que provavelmente identifica o autor do "cut", no entanto a assinatura é ilegível e gostava mesmo de saber qual é o nome que lá está (ver foto), e já agora aprender qualquer coisa sobre a pessoa em causa, que tanto vinil cortou no nosso país!

A tal assinatura aparece, por exemplo, nestes discos (entre muitos outros):

- GNR Valsa dos Detectives EMI 1989 7921741
- Madredeus Os Dias da Madredeus EMI 1987 7487761
- Mão Morta Mutantes S.21 Polygram 1992
- Sétima Legião De Um Tempo Ausente EMI 1989 7935641
- Trovante Cais das Colinas EMI 1983 11C 078-40616

De quem é a assinatura que aparece na matrix ("espiras de saída" ou "dead wax area" ou ainda "run-off grooves") destes discos? Desde já o meu obrigado a quem me possa ajudar com esta questão!

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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Música para download gratuito em ficheiros de alta resolução no site da 2L


A 2L "The Nordic Sound" (Lindberg Lyd AS) é uma editora especializada em Música Clássica e formatos digitais de alta resolução. Está neste momento a fazer uma espécie de "estudo de mercado" com vista a obter feedback dos utilizadores relativamente aos diferentes formatos digitais que comercializa ou poderá vir a comercializar, e para isso disponibilizou de forma completamente gratuita alguns ficheiros de alta resolução (até 24BIT/352.8kHz em formatos variados como WAV ou FLAC stereo e multicanal) que podemos descarregar nesta página (clique aqui).

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