segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Os 30 Melhores Discos do Ano 2013 para o ViciAudio (Top 30 Best Albums Of The Year 2013)


 Chegou aquela altura do ano em que elegemos a melhor música. Neste caso os melhores discos, e para ser claro os melhores discos de vinil, ou ainda mais propriamente os melhores discos de vinil ouvidos pelo ViciAudio no seu sistema. Assim não há dúvidas quanto ao âmbito da selecção apresentada... se não estiver ali na prateleira e não tiver passado pelo Rega P9 residente, não conta. Se não aparece na lista e o leitor acha que devia ter aparecido, muito provavelmente isso aconteceu porque não há tempo para ouvir tudo nem há dinheiro para comprar todos os discos... além do mais, o ano não foi passado a ouvir apenas música nova, nisso gosto muito de olhar para trás tanto como olho para a frente, e não sendo propriamente um saudosista do "meu tempo é que era" a verdade é que pelo menos 50% do que vou ouvindo foi gravado antes dos anos 90... sou mais selectivo no material "novo".



Como é normal, trata-se de um processo extremamente subjectivo e não há escolhas mais certas do que outras, especialmente quando não há grandes limites ou critérios rígidos muito definidos para uma selecção muito apurada... na verdade vale tudo e nesta lista "best of" vai uma misturada que espelha bem o meu gosto musical desinibido e que não fecha as portas a quase nada. Desde o disco mais inovador que nos surpreendeu ou nos assustou com o seu experimentalismo, até aos truques de nostalgia reformatada que por vezes nos sabem tão bem, passando pelas reinvenções de estilos ou as revelações de novas facetas artísticas de quem já não esperávamos novidade nenhuma... enfim, são muitos e variados os motivos que nos podem levar a escolher um album para fazer parte dos Melhores do Ano. Sem entrar em grandes detalhes, vou apresentar, ou melhor listar, uma selecção de 30 discos que me deram especial prazer ou que me fizeram visitar aquele lugar especial na minha alma, que me fizeram revisitar momentos do passado, ou que me levaram a viajar para destinos até então desconhecidos ajudando-me a crescer e aumentando a minha visão do Mundo... ou simplesmente porque tinham lá umas "grandas malhas" a valer que fizeram sorrir, bater o pé ou dançar!!! Por tudo isso agradeço aos artistas por continuarem a alimentar-me a alma, e aqui estão divididos em 3 grupos, os 10 melhores discos do ano 2013, seguidos dos 10 quase melhores discos do ano... e os outros 10 que também merecem destaque.



ViciAudio TOP 30 Best Albums 2013


01 - Daft Punk - Random Access Memories



02 - Arcade Fire - Reflektor



03 - James Blake - Overgrown



04 - Sigur Rós - Kveikur



05 - My Bloody Valentine - m b v



06 - Nick Cave & The Bad Seeds - Push The Sky Away



07 - Julia Holter - Loud City Song



08 - Sting - The Last Ship



09 - Boards Of Canada - Tomorrow's Harvest



10 - The Knife - Shaking The Habitual



11 - Savages - Silence Yourself
12 - The Flaming Lips - The Terror
13 - Vampire Weekend - Modern Vampires of the City
14 - Grails - Black Tar Prophecies vol's 4, 5 & 6
15 - Queens Of The Stone Age - Like Clockwork
16 - Depeche Mode - Delta Machine
17 - David Bowie - The Next Day
18 - Linda Martini - Turbo Lento
19 - Bonobo - The North Borders
20 - Yo La Tengo - Fade

21 - Steven Wilson - The Raven That Refused To Sing
22 - Atoms For Peace - Amok
23 - Goldfrapp - Tales Of Us
24 - Junip - Junip
25 - Kavinsky - Outrun
26 - Jim James - Regions of Light and Sound of God
27 - David Lynch - The Big Dream
28 - Paul McCartney - New
29 - Moby - Innocents
30 - The National - Trouble Will Find Me

Não consegui ouvir em vinil no meu sistema a tempo de entrar nesta listagem, situação a corrigir brevemente... mas não posso deixar de referir mais um porque é um album maravilhoso que facilmente estaria nos meus melhores de 2013 e muito bem colocado... o "meu 31" não oficial deste Top 30 é Bill Callahan Dream River.

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quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Audio Show 2013 Portugal - Reportagem ViciAudio em fotos e videos (Parte 1)


Decorreu mais um Audio Show em Lisboa durante o fim-de-semana passado, este ano de 2013 com um número de expositores (e talvez de visitantes) que me pareceu ligeiramente inferior às edições de anos anteriores recentes, o que poderá ser parcialmente explicado pela conjuntura económica que o país atravessa. O espaço escolhido foi novamente o Hotel Pestana Palace com a sua arquitectura monumental, interiores majestosos e fantástica vista sobre Lisboa, mas que oferece poucas condições para um evento deste tipo especialmente quando obriga a transitar entre edifícios diferentes pelo exterior num mês frio e chuvoso como Novembro, além de ter corredores demasiado estreitos, um único elevador ridiculamente lento e salas de volumetria e qualidade acústica questionável. Tenho de deixar pelo segundo ano consecutivo um apelo à organização para que tente encontrar alternativas mais adequadas que tornem mais agradável a visita e permitam uma maior eficácia ao evento. Apesar de tudo, o bom tempo ajudou a tornar a visita e a deambulação pelas salas mais fácil, já que este ano não foi necessário andar com grandes sobretudos ou guarda-chuvas atrás, algo que no ano passado se revelou uma tarefa verdadeiramente desesperante e irritante. Assim foi um pouco mais agradável, com as várias subidas e descidas pelas escadas (aquele elevador...), as passagens pela rua entre os dois edifícios até se tornaram boas oportunidades para espairecer e apanhar um ar fresquinho antes de voltar à azáfama audiófila. Vou deixar aqui algumas fotos, videos e ideias gerais sobre o que vi e ouvi, não são exactamente "reviews" tradicionais, algo que num evento deste género seria impossível porque há sempre alguma agitação no local e a selecção musical não é feita por mim, mas sim uma abordagem genérica à impressão que me deixou cada sistema.



Absolut Sound & Vision (Guru / Arcam / Chord / Pro-Ject / Audio-Technica) 



Na Absolut o sempre simpático e experiente Carlos Moreira apostou tudo num produto recente e com características inovadoras, as colunas Guru Junior que prometem uma performance grande a partir de caixas pequenas. De uma forma geral a promessa foi cumprida, as pequenas Guru com o seu design simples mas apelativo, alimentadas por leitor Arcam FMJ CD-37 como transporte para um DAC Chord Chordette QuteHD, e amplificadas por um integrado Arcam FMJ A-19, mostraram o seu valor mesmo quando completamente encostadas à parede traseira, algo que pode ser um trunfo para muitos audiófilos que procuram nesta gama de preços umas colunas fáceis de alimentar e encaixar nos espaços nem sempre grandes dos apartamentos urbanos. Achei as Guru especialmente surpreendentes com música clássica ou peças de "big band", em que a noção de escala e a própria resposta de transientes fez parecer que se tratavam de colunas realmente maiores (e mais caras). Achei interessante o grave controlado e relativamente extenso que foram capazes de reproduzir, apesar de notar a gama de frequências algo condensada o que resulta das limitações de caixas/drivers com dimensões tão reduzidas e, de certa forma, demonstra alguma preocupação em manter a resposta das colunas o mais honesta e linear possível de acordo com as características físicas inerentes em vez de mascarar essas limitações com truques de "ilusionismo técnico" que nem sempre são bem sucedidos...





Ajasom (Vivid Audio / Nagra Audio / Kronos / Lyra)





Na sala da Ajasom as colunas Vivid Giya (G2?) partilharam o palco com o amplificador  válvulas Nagra 300B, deixando o gira-discos Kronos e toda a sua beleza na zona lateral. O Kronos parece e soa como uma mistura de Clearaudio com SME, uma performance sólida ao nível dos melhores, e as colunas Vivid demonstram uma correcção tonal acima da média bem como uma noção de palco sonoro impressionante (desde que situado perfeitamente no hot-spot), mas das várias vezes em que estive nesta sala os conteúdos musicais escolhidos eram sempre bastante suaves ou "tímidos" e eu gostava de ter ouvido este sistema a tocar algo com maior impacto e ritmo mais acelerado. A primeira impressão é bastante seca, chegando mesmo a dar a sensação de um certo desprovimento de energia ou vida na reprodução musical deste sistema, mas com calma e tempo percebe-se a elevada resolução apresentada e o timbre extremamente afinado que as Vivid nos oferecem e que as destacaram, nesse aspecto particular, das outras propostas no Audio Show 2013. Fica a faltar uma apresentação mais poderosa para poder avaliar se estas colunas conseguem manter a compostura noutros níveis de volume a a tocar sonoridades mais "arriscadas".






Belmiro Ribeiro (LG / Samsung / e muitas outras marcas AV)


Eu costumo a dizer, meio a brincar meio a sério, que a loja Belmiro Ribeiro na Amadora é o Cristiano Ronaldo do comércio de material Audio / Video. Digo isto porque eles são uma verdadeira máquina de bom serviço, excelente atendimento, vasta disponibilidade de produtos de imensas marcas e sempre com preços aliciantes. Nunca conheci em Portugal e neste ramo de actividade outra loja com este nível de profissionalismo e qualidade na relação com os clientes aliada às outras caracterísicas que referi em cima... Em exposição estavam principalmente várias televisões com as últimas tecnologias e os maiores tamanhos, e se vai comprar uma televisão recomendo sem qualquer tipo de reserva que fale com eles! Gostava de ver mais empresas em Portugal a trabalhar como a Belmiro Ribeiro, sem dúvida um caso de sucesso que perdura há muitos anos e vai continuar de boa saúde certamente.




Delaudio (Monitor Audio / Primare / Roksan / BlackSat / REL)


A Delaudio renova a aposta na electrónica Primare (CD 22 / DAC 30) com amplificação Roksan Caspian M2 para fazer cantar as novas Monitor Audio Silver Series 6 (SS6). O resultado sonoro deste sistema em linha com o que já estamos habituados destas marcas não representa portanto nenhuma novidade, uma apresentação algo aveludada e sedutora, sem falhas graves a apontar, bom ritmo e resposta sólida quanto baste, um bom sistema que não transcende mas também não compromete e oferece uma solução de custo relativamente baixo. De notar que o subwoofer REL R528-SE que se pode ver na imagem estava ligado e muitíssimo bem integrado com o sistema de tal forma que era mesmo difícil perceber se ele estava ou não a funcionar, mas estava, e oferecia sempre uma maior escala e integração à composição global do som desta sala. Os famosos (e misteriosos) cabos BlackSat também lá estavam... não no Espaço, mas aqui na Terra!






Diplofer (Burmester / Transrotor / SME / Van Den Hul)



Bom som na sala onde estavam as vistosas colunas B80 e electrónicas da Burmester e  ainda mais vistoso gira-discos Transrotor Apollon TMD com braços SME e células Van Den Hul. Também nenhuma novidade em relação a tantos outros sistemas com "assinatura" Burmester que já ouvi em vários eventos, ou seja uma performance sólida de elevada qualidade mas que parece ficar sempre aquém de outros sistemas na mesma gama de preços... diria que se trata de uma performance muito "germânica" com tudo o que isso tem de bom em termos de rigor e eficácia, mas noto sempre a falta de algum tempero que permita mostrar mais o lado emocional da música, afinal... o mais importante.




Exaudio (ATC / Perreaux / Townshend Audio / Densen / Audio Note)







Esta é uma das salas que mais me surpreendeu pela positiva.  Começando pelas poderosas e imponentes colunas ATC (SCM50SL Tower e SCM11), amplificadas pelo não menos possante Perreaux Eloquence 250i, alimentados por um fabuloso gira-discos Townshend The Rock 7 com braço Excalibur 3 e uma célula Audio Note IQ3...

Há vários pontos a reter sobre o sistema desta sala. Em primeiro lugar, não terá sido o som mais refinado que ouvi no show, mas foi sem dúvida o som mais potente. As ATC podem debitar som como se fosse um concerto de estádio ali mesmo à nossa frente, e isso é impressionante. Quanto mais alto tocam melhor é a sua prestação e o som vai-se tornando mais focado e realista. Não são as colunas ideais para quem procura o "telintar" audiófilo e os palcos sonoros de grandes dimensões e que criam realidades virtuais quase palpáveis, mas se tem um grande espaço e quer tocar música com força a sério, com uma resposta super directa e extremamente rápida, as ATC são praticamente únicas na sua categoria e o envolvimento da marca no mundo do Audio Profissional não é alheio à eficácia brutal destas colunas.

O amplificador Perreaux demonstrou uma potência inesgotável e capacidade de controlo impressionante sobre as ATC... imagino o que este amplificador poderá fazer com outras colunas menos exigentes e mais refinadas, sem dúvida um amplificador que merece atenção em qualquer lista de compras e que custa muito menos (e ocupa menos espaço) que outras propostas bem mais famosas mas nem por isso melhores. Fiquei também muito bem impressionado com o gira-discos Townshend e o seu sistema de controlo de vibrações directamente no braço e na cabeça... claramente uma ideia muito interessante e com resultados fantásticos. É diferente e funciona!



(continua na Parte 2 da Reportagem ViciAudio Audio Show 2013 Portugal - Clique Aqui)


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segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Audio Show 2013 Portugal - Reportagem ViciAudio em fotos e videos (Parte 2)

(pode ler, ver e ouvir a Parte 1 da reportagem aqui)


Imacústica (Wilson Audio / Magico / Devialet / Audio Research / Metronome / EAT)





A Imacústica esteve no Audio Show com duas salas bem recheadas e onde tocava boa música com a habitual excelente qualidade de som proporcionada por equipamentos de alto desempenho audiófilo. Numa das salas as colunas Magico S5 acompanhadas por electrónicas da Constellation Audio (Centaur Mono & Virgo II) e da Metronome Technologie (Calypso Reference) brilhavam ainda mais quando alimentadas pelo gira-discos EAT Forte S com braço Ikeda, cabeça Sumiko Celebration II e pré de phono EAT E-Glo.

Na outra sala, e aquela onde estive mais tempo porque gostei mais da ousadia da proposta, estavam as famosas Wilson Audio Duette II com leitor Audio Research Reference CD9 e amplificação Devialet 240, tudo ligado por cabos Nordost. Esta foi provavelmente a melhor combinação do Audio Show 2013, fiquei muito bem impressionado com as Wilson Audio a tocar completamente encostadas à parede traseira mantendo um controlo fenomenal sobre todas as frequências e ainda com um palco sonoro de fazer inveja a muitos sistemas posicionados de forma tradicional. O Devialet comportou-se sempre à altura tal como o CD da Audio Research mas quer-me parecer que os factores mais importantes deste sistema e do resultado por ele obtido estão nas colunas e nos cabos da Nordost (sempre uma boa opção). Acho mesmo que estas Duette II conseguiram manter quase tudo o que é bom das Wilson Audio de gamas superiores (a visceralidade do ataque e o controlo) acrescentando alguma emotividade típica de umas Sonus Faber que lhes confere uma personalidade mais vincada e elimina um pouco a frieza (quase ProAc-iana) que muitas vezes noto na Wilson Audio. Gostei muito das Duette II e da sua flexibilidade para serem encostadas numa parede mantendo o som realmente fenomenal. Gostei do sistema em geral, agrada-me que seja pequeno, aquele Devialet é minúsculo mas tem uma performance enorme, as colunas são relativamente pequenas, e apenas o CD9 fica a destoar mas facilmente se poderia substituir por uma fonte bem integrada com a restante filosofia "quase-mini" (para standards audiófilos) do sistema.






Linn / Mind The Music (Sondek LP12 Highland Park 40th Anniversary)


Na sala da Mind The Music com presença directa da Linn, tocava um Linn Sondeck de aniversário (bela máquina) com um sistema integrado de colunas com amplificação e DAC Linn Klimax Exakt 350... infelizmente este sistema é dotado de um crossover digital que aceita apenas input digital pelo que a fonte analógica estava a sofrer uma conversão desnecessária...  não que isso torne o som muito pior, mas não é a mesma coisa e por isso foi uma combinação infeliz que se entende pela vontade de mostrar as duas mais recentes novidades da marca.




MyAudiophileStore (Epos / Creek / Aqua HiFi / Black Rhodium / LivZen / Audiomica)



Bom som e muita simpatia na sala da MyAudiophileStore, uma empresa com espírito inovador que privilegia a sua oferta pela loja online mas não descura uma presença física tradicional neste tipo de eventos. Tal como no ano passado voltou a estar na mesma sala de dimensões muito reduzidas, o que para o marketing não é bom, mas para demonstrar sistemas adequados à realidade dos apartamentos urbanos em que muitos de nós habitamos é uma solução quase perfeita. De facto, e pela segunda vez, o Valério Farias conseguiu trazer som de alta qualidade e dimensões reduzidas a preço também muito apelativo, para que não restem dúvidas sobre o que é possível fazer hoje em dia para ouvir música ao mais alto nível de satisfação mesmo num apartamento pequeno. Os equipamentos demonstrados são de marcas consagradas como CD Creek Evolution 2 e amplificador 50A, as colunas monitoras Epos Elan 15, além de um DAC Aqua Hifi La Voce e um NAS LivZEN, tudo interligado por cabos Black Rhodium e Audiomica. Soube bem estar à conversa na MyAudiophileStore a ouvir Michael Brecker, Pat Metheny e companhia!





SupportView (Tannoy / Canor Audio / Accuphase / Cambridge Audio)




Outra das melhores salas e sistemas do Audio Show 2013, gostei muito de ouvir as Tannoy Definition DC10A que soam muito como as Prestige da mesma marca mas que me pareceram ligeiramente mais agradáveis e confortáveis ao ouvido sem perder a dinâmica elevada e os transientes contundentes. Para alimentar as Tannoy estavam presentes belos aparelhos valvulados da Canor Audio (TP106 VR+), uma combinação muito feliz que apresentava um som vibrante mas controlado com uma resolução já bastante elevada, talvez a sala onde a música tocava de forma mais aberta e onde cada nota se oferecia de forma muito frontal e desinibida aos ouvintes.





Ultimate Audio Elite (Gryphon Audio / Rui Borges Turntables / Marten / VTL / EMM Labs)





A Ultimate Audio Elite esteve presente em três salas diferentes, uma delas dedicada ao Cinema em Casa, e duas dedicadas ao Audio onde se puderam ouvir vários sistemas diferentes. Uma das salas apresentava algumas novidades para o nosso mercado como as colunas da Marten (Coltrane Tenor) acompanhadas de electrónica variada da VTL e da EMM Labs, e um gira-discos TW Acustic. Por azar quando lá estive este sistema tocava uma versão intragável de Dire Straits Brothers in Arms (masterização muito pobre) o que eliminou qualquer hipótese de audição em condições. Também estava do outro lado da sala um sistema com colunas Paradigm e amplificação Anthem que não tive oportunidade de ouvir...

Mas a outra sala maior da Ultimate Audio Elite era a principal atracção do show por ter provavelmente o único "mega-sistema" do evento, dominado pela enormes colunas Trident II e electrónica da Gryphon Audio Designs, e pelo sempre fabuloso Rui Borges Turntables Unico que será provavelmente um dos melhores sistemas de gira-discos do Mundo. O som obviamente não desiludiu, a este nível nada toca mal, e é sempre bom poder ouvir um mega-sistema num evento deste tipo para podermos calibrar as nossas expectativas relativamente aos equipamentos audiófilos que vamos encontrando... o Rui Borges Único é uma peça maravilhosa que consegue retirar de um disco de vinil uma quantidade de informação brutal, imaculada e cheia de vida, realmente num campeonato superior. O que é Nacional é mesmo bom!






Viasónica (Bowers & Wilkins / Ayre Acoustics / Vovox)



Excelente sistema com a estreia das Bowers & Wilkins CM10, provavelmente a segunda pérola da série CM (a seguir às maravilhosas CM1), cuja sonoridade me pareceu muito próxima da família de colunas da série 800 da mesma marca, ou seja com as baixas frequências bastante mais controladas do que nas CM9 e uma integração bastante eficaz do driver de "médios" FST. Não sei até que ponto a B&W não conseguia pegar nestas colunas e fazer umas CM10m (?) apenas com 3 drivers usando a mesma disposição do tweeter e a mesma tecnologia FST para criar umas "monitoras" de excelência diferentes da restante gama por serem "3-way"... fica a ideia. Talvez a excelente prestação das CM10 tenha sido potenciada, e muito, pela electrónica Ayre usada na fonte e amplificação e que me pareceu ter uma qualidade soberba, silêncio de fundo absoluto e excelente controlo sobre as colunas. Os cabos Vovox são um regresso às origens com um design de baixa capacitância ao estilo dos famosos Mission Solid Core, com resultados muito bons como já estamos habituados com esta topologia de construção, ficam desde já recomendados por mim.



(pode ler, ver e ouvir a Parte 1 da reportagem aqui)

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quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Audioshow 2013 está de volta nos dias 15, 16 e 17 de Novembro em Lisboa!


Tudo a postos para o Audioshow 2013 já neste fim-de-semana dias 15, 16 e 17 de Novembro em Lisboa no Hotel Pestana Palace (Rua Jau 54, Alto de Santo Amaro, 1300 Lisboa) todos os dias das 15:00 às 22:00 excepto no dia 17 Domingo que termina às 20:00.


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sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Porque a música nos faz sonhar...


... e porque todos os dias me apaixono novamente por ela.


 

A melhor música, com o melhor som, no melhor formato de sempre, aqui no ViciAudio em Português e ali no Vinyl Gourmet em Inglês, e também no Facebook, aqui e aqui!


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sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Vinyl Gourmet TOP 100 Audiófilo ... os discos que não vai querer perder!


Foi criada uma nova secção no ViciAudio chamada Vinyl Gourmet TOP 100 Audiófilo, uma lista concebida em parceria com o Blog.VinylGourmet.com que pretende representar os melhores discos de vinil audiófilos da actualidade, sejam as edições com melhor qualidade de som e que mais me surpreenderam das famosas editoras audiófilas ou mesmo discos de editoras normais e que normalmente não consideramos audiófilas mas que soam como se fossem e por isso merecem estar numa lista deste tipo porque são os chamados "discos audiófilos inesperados".

A ideia é ter nesta lista tudo o que de melhor vou ouvindo em termos de qualidade de som e também qualidade da música (factor sempre subjectivo e que nesta lista será claramente o meu critério pessoal), num conjunto de 100 títulos que considero absoltamente indispensáveis na colecção de qualquer audiófilo e amante de música. Não se trata de uma lista dos melhores discos de todos os tempos mas sim de uma lista tendencialmente preenchida por discos que podem ser adquiridos hoje ou que estiveram disponíveis muito recentemente, ou seja é uma lista viva e actualizada para ser útil a quem compra discos novos agora e não quer perder as melhores edições produzidas actualmente.

O primeiro disco a ser seleccionado para integrar esta lista foi uma escolha fácil: Getz/Gilberto em duplo LP 45rpm pela Analogue Productions, uma das melhores reedições que já tive oportunidade de conhecer. A lista vai crescer, outros LP's serão adicionados... até chegar aos 100 títulos que não vai mesmo querer perder!

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sexta-feira, 2 de agosto de 2013

A rodar: Miles Davis - 'Round About Midnight - Mobile Fidelity Sound Lab Vinil LP


(for this review in English please click here)

Esperei ansiosamente pelas reedições de Miles Davis da Mobile Fidelity Sound Lab (MFSL) e agora finalmente começaram a sair algumas, recentemente a MFSL remasterizou e reeditou Round About Midnight, Milestones, Four & More e In a Silent Way, e todos os apreciadores de Jazz e Música em geral aguardam agora pacientemente pela reedição de Kind Of Blue em duplo LP a 45rpm por esta editora de discos audiófilos com longo histórico! Enquanto esse não chega, deitei as mãos ao Round About Midnight que é um dos meus álbuns preferidos e aqui estou para partilhar o que penso sobre o trabalho da MFSL neste disco.

Até agora além das edições originais americanas apenas uma edição da Speakers Corner de 2008 em vinil de 180gr e prensado na famosa fábrica da Pallas na Alemanha entrava no "radar" audiófilo, ou seja trata-se de um álbum que não foi muito lembrado no formato vinil pelas editoras audiófilas nos últimos anos e que na verdade só agora uma editora com créditos firmados decidiu dar-lhe tratamento realmente especial recorrendo às Master Tapes Originais e realizando uma masterização 100% analógica num sistema de referência. Por isso mesmo, e porque alguns leitores fizeram especificamente essa pergunta e pediram a minha contribuição, faz sentido fazer uma comparação entre o LP da Speakers Corner e esta nova tentativa da MFSL.

A primeira impressão no manuseamento das capas é de que a edição da MFSL é bastante mais cuidada e sólida além de usar uma grafismo de melhor qualidade... por comparação a capa da edição da Speakers Corner é bastante mais flexível e com a imagem de capa mais esbatida. Mas vamos ao que interessa: depois de lavar profundamente os dois discos (mesmo quando novos, lavo sempre todos os discos, para eliminar resíduos que tenham sido depositados ainda na fábrica) entreguei-me a ouvir várias vezes as duas versões no meu sistema de som concentrando-me nas duas primeiras faixas para manter o comparativo o mais simples e objectivo possível e detectar os mais pequenos detalhes e diferenças, e depois ouvi numa única passagem os dois LP's por inteiro para ficar com uma noção geral da sonoridade e da abordagem técnica utilizada na masterização de cada um, durante a qual tomei algumas notas sobre como eles se comparam entre si.




Notas escritas durante a audição por inteiro do LP masterizado pela MFSL:

- Som em geral mais seco e doce, tudo soa com maior naturalidade e sem esforço. Sabe bem ouvir este LP, transmite uma sensação de bem estar ao ouvinte. É claramente um disco de referência que permite ao ouvinte usufruir plenamente desta gravação e performance fenomenais. Desde o primeiro contacto da agulha o prazer auditivo e emocional está garantido!

- O volume sonoro é bastante mais baixo do que na edição da Speakers Corner, normalmente isto é um bom indicador, é necessário aumentar razoavelmente o volume do amplificador para tirar partido da enorme dinâmica e resolução disponíveis.

- O som do contrabaixo tem tonalidade mais correcta e é apresentado de forma mais focada.

- Melhor definição da imagem no palco sonoro, a sensação de profundidade que se pode ouvir nesta gravação mono é impressionante nesta edição da MFSL.

- O saxofone tenor de John Coltrane tem mais corpo e tonalidade mais credível, a sua presença no mix sai favorecida nesta edição.

- O som dos címbalos aparece melhor colocado no mix e estes soam de forma mais extensa e suave sem que isso pareça ser provocado por qualquer tipo de corte nas frequências... soam tão bem que podiam tocar todo o dia sem cansar os ouvidos.




Depois, quando ouvi por inteiro a masterização da Speakers Corner escrevi o seguinte:

- Tonalidade geral perde em naturalidade, fica sempre uma sensação de "mão pesada" na masterização.

- Demasiado detalhe apresentado com destaque exagerado e artificial, todos os pormenores dos músicos e instrumentos e sons do ambiente saltam para a frente das colunas como se a música fosse um produto secundário desta gravação. Esses detalhes estão todos presentes na edição da MFSL (basta tocar esse LP mais alto para se ouvir a mesma coisa) mas são apresentados como tal, como detalhes e nada mais do que isso, exactamente como deve ser.

- O recorte do trompete de Miles Davis e dos címbalos é demasiado acutilante, não só me soou mais artificial como também se torna cansativo e afecta negativamente o envolvimento com a música.

- Parece-me evidente que foi aplicada alguma compressão ou limitação dinâmica, o que explica o volume bastante mais alto (apesar de ter uma zona de "run-off grooves" maior nos dois lados do disco) e a falta de espacialidade desta edição comparando com a da MFSL. A amplitude dinâmica reduzida torna a apresentação sonora mais densa como se estivesse espalmada, este efeito pode dar a sensação típica de maior energia e força mas tal acontece a custo do realismo e naturalidade do som em geral.

- O som é sempre tenso e algo agressivo, não permite o mesmo nível de envolvimento e relaxamento que a edição da MFSL oferece.

- As dicas espaciais deste mix mono (que agora sei como pode soar de forma espectacularmente dimensional depois de ouvir a edição da MFSL) foram praticamente suprimidas... profundidade severamente reduzida, o som parece agora emergir de uma parede onde todos os instrumentos competem por um lugar.




Notas finais sobre este comparativo:

Depois de ouvir apenas a primeira faixa de ambos os discos foi imediatamente óbvio onde estariam as principais diferenças mas a versão da Speakers Corner estava a dar luta nessa faixa em particular, com base nela consigo perceber como esse tipo de som pode ser apelativo para alguns ouvintes ou adaptar-se bem a alguns sistemas de som, com tanto detalhe disponível de forma tão frontal, tanta energia e projecção a sair das colunas... que na verdade são apenas os efeitos da compressão dinâmica aplicada nesta masterização (ou na mix tape que foi usada para masterizar). Apesar de eu preferir sempre, e também nessa faixa, a abordagem mais natural da MFSL admito que o estilo do LP da Speakers Corner tem algum mérito e para quem esteja mais habituado ao som comprimido pode à partida soar bastante bem, mas... assim que começa a segunda faixa fica rapidamente claro que a "receita" técnica aplicada na primeira faixa não iria ser tão positiva no resto do disco e os seus efeitos sonoros indesejáveis iriam tornar-se bastante mais proeminentes. A inferioridade desta edição da Speakers Corner tornou-se evidente com o ritmo mais acelerado da segunda faixa e por oposição à confusão sonora desta edição, a MFSL brilha dando sentido e espaço próprio a todos os instrumentos permitindo uma apresentação sonora mais coesa e mantendo o swing intacto exactamente onde o queremos, no bater dos nossos pés!

A edição da Speakers Corner não é propriamente má, longe disso, mas os comparativos têm destas coisas, são exercícios reveladores e que muitas vezes põem a nu realidades que nos eram invisíveis na audição isolada de cada um dos discos. Podemos viver anos com um disco e gostar imenso do som, até que vem outra versão e nos mostra como estávamos a ver apenas uma parte da equação... não é que isso torne a edição da Speakers Corner especialmente má (o que não é verdade), é sim que a edição da Mobile Fidelity é realmente excepcional, um trabalho extremamente cuidado e de muito bom gosto, perfeito sentido estético e capacidade para distinguir entre a audiofilia superficial que pretende fazer uma demonstração sonora e a audiofilia verdadeira que pode e deve contribuir decisivamente para uma relação mais directa e emocional com a música propriamente dita. A Speakers Corner é uma editora que tem feito algum trabalho de boa qualidade, tem inclusivamente no seu catálogo algumas reedições que são as melhores referências sonoras dos respectivos albuns (especialmente material rock/pop mais recente), e por outro lado a histórica MFSL que quase sempre fornece os audiófilos com material de primeira categoria também não é 100% perfeita e algumas reedições que tem criado ao longo dos anos não são melhores que os LP's originais ou outras edições de outras empresas do ramo, mas neste caso em concreto não há dúvidas em como a MFSL ofereceu ao Mundo a melhor reedição de sempre do mítico Round About Midnight de Miles Davis. Estou ansioso por ouvir o que terão feito com a reedição de Miles Davis Kind Of Blue que será lançada mais para o fim de 2013... tenho aqui as edições 100% analógicas e de alta qualidade da Classic Records (Quiex 200gr 33rpm) e a caixa de aniversário dos 50 anos de Kind Of Blue editada pela Sony Legacy com o LP em vinil azul e vários extras... ambas soam maravilhosamente mas com características distintas, espero poder compará-las com a futura edição da MFSL e publicar aqui o resultado brevemente.


Classificação ViciAudio: Música (0-10): 9   Som (0-10): 9   Produto / Valor (0-10): 9


Detalhes da Matrix do LP da Mobile Fidelity Sound Lab
Lado A: MFSL 1-373 A3   KW@MoFi   20921.1(3)
Lado B: MFSL 1-373 B3   KW@MoFi   20921.2(3)

Detalhes da Matrix do LP da Speakers Corner
Lado A: Columbia CL 949   S1   HCB-EBS   -16432- 
Lado B: Columbia CL 949   S2   HCB-EBS   -16432-

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