sexta-feira, 30 de abril de 2010

A rodar: Bill Evans Riverside Recordings (Analogue Productions 22xLP Box)



Poucas vezes encontramos uma união tão forte entre qualidade da música e qualidade do som como nesta fabulosa e imperdível edição de Bill Evans Riverside Recordings com que a Analogue Productions nos presenteou. São onze albums, todos os que gravou para a Riverside como líder e também o album que gravou com Cannonball Adderley, que apesar de não ter sido editado com o seu nome é quase universalmente considerado como uma das "suas" obras e onde a sua influência foi enorme.

Masterização de sonho, a partir das master tapes originais levada a cabo pela "dream team" Steve Hoffman e Kevin Gray (mentores da label audiófila Analogue Productions que faz parte da Acoustic Sounds nos Estados Unidos da América), com equipamento de topo, preparado e afinado para masterização e corte 100% analógicos na AcousTech. A prensagem dos onze albums em 22 LP's de 45rpm foi tratada pela fábrica da Pallas na Alemanha com os mais altos padrões de qualidade, vinil virgem de 180 gramas absolutamente silencioso.

Para terminar em beleza, cada album é apresentado numa réplica da capa original, e o conjunto que inclui um livrete de grandes dimensões com 18 páginas recheadas de belas fotos e texto sobre Bill Evans e os seu conjuntos em Trio, Quarteto e Quinteto, vem dentro de uma caixa rígida com acabamentos de excelente qualidade que promete ser um ponto de destaque em qualquer colecção de vinil que se preze. Verdadeiro objecto de desejo... mas não só para contemplar!

(no video podemos ouvir Sunday At The Village Vanguard... o Trio no seu melhor)

Sobre a qualidade de som, só posso dizer que fiquei verdadeiramente apaixonado desde o primeiro contacto da agulha com o disco, que me fez imediatamente esquecer algumas versões em CD destes albums que eu pensava que eram muito boas... até agora. O som orgânico, timbre correcto, presença, dinâmica e detalhe destes LP's "cut @ 45rpm" é insuperável e permite realmente ouvir a música como se estivéssemos perante os artistas no estúdio ou no palco... uma experiência fantástica, já que estamos a falar de música sublime e intemporal, fruto do génio calmo e sedutor de Bill Evans, em conjunto com vários outros músicos que o acompanharam, com destaque para nomes maiores como Scott LaFaro, Paul Motian, Freddie Hubbard e Jim Hall... entre outros.

Os albums incluídos nesta edição são: New Jazz Conceptions (1956), Everybody Digs Bill Evans (1958), Portrait In Jazz (1959), Explorations (1961), Sunday At The Village Vanguard (1961), Waltz For Debby (1961), Moon Beams (1962), Know What I Mean? (1961), Interplay (1962), How My Heart Sings! (1962) e At Shelly's Manne-Hole (1963).



Onze trabalhos magníficos, produzidos com amor e excelência técnica, numa caixa de colecção limitada a 1500 unidades em todo o mundo, que pode ser adquirida por $599 USD nos Estados Unidos da América, ou em algumas lojas online Europeias (ver links na barra do lado esquerdo) normalmente um pouco mais caro, ou ainda em boas lojas portuguesas que disponibilizam edições desta e outras labels audiófilas, como a www.VinylGourmet.com. Mas tem de ser rápido... as 1500 unidades não vão durar muito e rapidamente vão aparecer no mercado de usados por valores bem mais altos!


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domingo, 25 de abril de 2010

A rodar: Jimi Hendrix reeditado em vinil (Sony Legacy 2010)



O ano 2010 viu o lançamento das muito esperadas reedições em vinil do catálogo de Jimi Hendrix, com a nova remasterização dos primeiros três albums, "Are You Experienced" (Stereo, USA Track List), "Axis: Bold As Love" (Stereo) e "Electric Ladyland" (Stereo), bem como do primeiro album póstumo "First Rays Of The New Rising Sun" e ainda... o lançamento de um segundo album póstumo com o título "Valleys Of Neptune".

A produção destes LP's esteve (e está) a cargo da Sony Legacy, com a supervisão da família do artista em conjunto com a Experience Hendrix, e também com a participação do engenheiro de som original Eddie Kramer que auxiliou George Marino da Sterling Sound durante a remasterização destes clássicos, ficando a prensagem dos discos para a famosa RTI (edição americana). Para "apimentar" a ocasião, a Sony numerou as primeiras 5000 unidades de cada um dos títulos, como forma de os tornar mais coleccionáveis e apetecíveis.


(No video pode ouvir-se "Hey Joe" do LP "Are You Experienced". Simplesmente fantástico!)

A informação sobre estas reedições veio a público de forma algo irregular, "aos bochechos", e por vezes pouco clara ou mesmo conflituosa entre fontes diversas, no entanto depois de muito ler, procurar, investigar, experimentar e conferenciar parece seguro assumir que a anunciada remasterização "ALL ANALOG" (como se pode ler nos autocolantes informativos que adornam estes LP's) é real, sendo conhecido que a Sterling Sound é uma das poucas empresas que tem um estúdio com capacidade de masterização 100% analógica (incluindo a cabeça de "preview" analógica para corte do vinil, o que é relativamente raro), e que as "master tapes" originais foram de facto disponibilizadas e trabalhadas por George Marino, engenheiro que goza de boa reputação. Pelo menos assim terá ocorrido para os três primeiros albums, já que o album póstumo First Rays Of The New Rising Sun terá sido "compilado" utilizando uma metodologia que envolve passos no domínio digital (aparentemente não havia outra alternativa quando fizeram o mix em 1997) pelo menos em alguma fase do processo, e o novo Valleys Of Neptune aparentemente também, pois terá sido produzido da mesma forma, e nem sequer é anunciado como "ALL ANALOG" ao contrário do que acontece com os restantes. Estes "híbridos" ainda não os ouvi, mas já ouvi os outros três com gravação, mistura, masterização e produção completamente analógicos...  estou maravilhado com o som e com esta abordagem "fresca" à música intemporal de Jimi Hendrix.


Ora, este tipo de preocupação técnica em manter a cadeia de produção 100% analógica sempre que possível, em edições de preço relativamente baixo, e ainda por cima vindas de uma grande editora como a Sony, não é muito habitual, e merece um enorme aplauso. Esta abordagem cuidada nota-se na qualidade de som destes LP's, com uma prensagem impecável de altíssimo nível (discos completamente planos, centrados, sem qualquer ruído, 180gr) e capas de cartão "rígido" grosso acompanhadas de livretes com texto e belas fotos, o som destes clássicos está uma verdadeira maravilha, tonalmente equilibrado e realista, apresentação viva, com "potência" e detalhe, uma presença e projecção do palco sonoro fenomenais que envolvem completamente o ouvinte nesta "experiência" Jimi Hendrix, uma delícia para os ouvidos, altamente recomendado e imperdível para quem gosta deste tipo de música, ou mesmo para quem agora queria começar a gostar (o bom som ajuda a ganhar adeptos) e que tem nestas reedições uma oportunidade única de ouvir tal como foi criada, em formato analógico bem produzido e masterizado!

(Neste segundo video ouve-se "Little Wing", um clássico do album "Axis: Bold As Love")

Para baralhar um pouco mais as coisas, e também para "manchar" ligeiramente o bom trabalho que fizeram, a Sony e a Experience Hendrix decidiram delegar a produção e distribuição destas reedições na Europa a uma outra empresa, a Music On Vinyl (MOV) que tem estreita relação com a Sony, mas sobre a qual muito pouco se sabe relativamente aos reais métodos de produção empregues. Algumas incongruências nos anúncios feitos por esta empresa (por exemplo dizendo que a sua edição do primeiro album Are You Experienced usa a mesma masterização que foi usada pela RTI, no entanto está dividida em 2 LP's e tem 17 faixas, enquanto a masterização da Sterling prensada na RTI tem apenas 1 LP e 11 faixas) obrigam a uma suspeita permanente e a desconfiar muito sobre as suas edições que agora inundaram o mercado português, nas lojas de discos e nas Fnac, com imensos títulos do catálogo da Sony. Fica o aviso, estas edições não são de confiar, pelo menos por enquanto, e apenas posso recomendar a compra das ediçoes americanas com masterização Sterling (inscrita na zona "dead wax" do LP) e prensagem RTI. Se tiver autocolante "Music On Vinyl" na capa, não serve...


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segunda-feira, 19 de abril de 2010

Perdidos e Achaudios: ... Bach... Suites Para Violoncelo Solo



Uma das obras mais bonitas que conheço, as Suites para Violoncelo de Bach, existem editadas numa enorme variedade de versões e interpretações, cada uma com a sua sonoridade e musicalidade muito particulares. Reuní neste post 13 versões diferentes (das que estão disponíveis no Youtube, pois são muito mais do que estas) da primeira suite, provavelmente a mais conhecida: Suite No. 1 in G major, BWV 1007: Prelude

É muito interessante ouvir de uma vez só, como exercício de comparação, as várias interpretações e as suas diferenças por vezes tão drásticas. Confrontados com estas diferentes abordagens e execuções técnicas, que rapidamente identificamos pois a "mesma" música toma formas muito diversas, conseguimos perceber com muito maior facilidade qual a riqueza e magia da interpretação na chamada Música Clássica, e um dos seus muitos apelos para quem gosta de música.

Escolher uma versão preferida não é fácil, por vezes em vez de uma, tenho duas ou três. Qual é a sua preferida?




























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sexta-feira, 16 de abril de 2010

Perdidos e Achaudios: ... Carlos Barrettto Trio - Radio Song


No seguimento dos Perdidos e Achaudios anteriores, inspirado pela Festa do Jazz que começa hoje no São Luiz, aqui fica um video de um dos meus temas preferidos do Jazz Português (bom, do Jazz seja lá de onde for):


Do album "Radio Song", a música com o mesmo nome conta com a participação de Carlos Barretto no contrabaixo, Mário Delgado na guitarra e José Salgueiro na bateria, todos ao mais alto nível. Esta faixa é fantástica, não me canso de ouvir isto, e todo o album é de referência.

http://www.youtube.com/watch?v=lk-El-mvsVA
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quinta-feira, 15 de abril de 2010

8ª Festa do Jazz no São Luiz - 2010 - Bica, Sassetti, Resende...



Carlos Bica, Bernardo Sassetti, Júlio Resende, e outros, "juntos" num evento de grande qualidade. A não perder esta 8ª Festa do Jazz no São Luiz. O Sábado 17 é o dia mais apetecível, na minha opinião, com Bernardo Sassetti Trio e o seu recente "Motion" a partir das 21:00 na Sala Principal, logo seguido do Júlio Resende International Quartet e o seu "Assim Falava Jazzatustra" às 22:30 em que espero poder ouvir a sua versão de "Shine On You Crazy Diamond" (Pink Floyd) em piano solo... promete arrepiar! O Domingo 18 também merece visita especialmente para rever e ouvir o genial Carlos Bica & Matéria Prima às 22:30 mas infelizmente não poderei lá estar nesse dia.

http://www.teatrosaoluiz.pt/catalogo/detalhes_produto.php?id=104
http://www.teatrosaoluiz.pt/fotos/editor2/festadojazz_programa2010.pdf
Para ver em http://ViciAudio.blogspot.com


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terça-feira, 13 de abril de 2010

Perdidos e Achaudios: ... Carlos Bica & Azul...


Um músico genial, um disco de referência para o Jazz Português, entre muitos de igual qualidade criados por Carlos Bica. Este disco (AZUL - 1997) tem uma enorme responsabilidade pelo amadurecimento do meu gosto pelo Jazz.



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domingo, 11 de abril de 2010

Greg Calbi (Sterling Sound) fala sobre a guerra do volume...

Greg Calbi, engenheiro de masterização sénior na famosa Sterling Sound, masterizou discos para artistas como Bob Dylan, Paul Simon e Bruce Springsteen, costuma aparecer em diversos contextos, publicações, congressos, estudos, e muito mais, como um dos divulgadores da chamada "Loudness War". O video está em inglês mas vale a pena ouvir a forma como Calbi se refere a esta temática.


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sexta-feira, 9 de abril de 2010

Está de volta o Highend Show 2010 agora em Aveiro


O Highend Show que já tinha sido realizado no Sheraton do Porto, e com grande sucesso fruto do bom gosto e organização da HDMC, vai agora mudar de ares para Aveiro, no hotel Meliã Ria Hotel & Spa onde o ambiente luxuoso estará de acordo com o espírito "High End" do evento. Uma opção original e na minha opinião muito bem-vinda que tenta escapar aos condicionalismos das opções geográficas típicas (Lisboa e Porto), com presença já confirmada por parte dos principais importadores e distribuidores nacionais, agendado para os dias 15 e 16 de Maio 2010, no Sábado das 15h às 21h, e no Domingo das 15h às 19h. É um evento a não perder para os amantes da música e do audio, onde costuma existir um ambiente especial, muito agradável e mais despreocupado do que, por exemplo, no Audioshow. Além do mais, como habitualmente nos eventos organizados pela HDMC, a entrada é gratuita. Quer pretexto melhor para ir passear até Aveiro, descansar no Spa e ouvir o que de melhor se faz no mundo do Audio?


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terça-feira, 6 de abril de 2010

Audioshow 2010 - Megaudio em imagens...




Amplificador integrado Megaudio A60 com design simples e eficaz...


As traseiras do A60...


Vista geral do sistema Megaudio onde podemos ver também o pré C60 e o "power" P60...


As belas colunas Megaudio Keops com altifalantes Visaton...


Ainda as Keops... 47,5 Kg por unidade destas colunas com caixa de Granito de alta densidade...


O gira-discos Avid Diva II em parceria com a Pauca Sed Bona...


O que é Nacional é bom...

A Megaudio apresentou no Audioshow 2010 os seus últimos produtos, criações do designer Rui Pinho, e que foram simplesmente o som mais limpo e mais directo do evento. Em mais nenhum sistema, e alguns bem bons, a música e o ouvinte estavam ligados de forma tão directa, com uma sensação geral de liberdade e de ausência de quaisquer constrangimentos. Sem colorações provenientes da electrónica ou das colunas, estas feitas de granito de alta densidade e a pesar 47,5 Kg cada uma, cada disco era reproduzido dentro do seu próprio contexto sonoro (e não o do sistema) deixando sobressair as caractéristicas de cada sessão de grvação ou de cada instrumento de uma forma muito realista e numa escala muito "humana".

Estes componentes criados por Rui Pinho são obviamente o fruto de muitos anos de trabalho, muita investigação e testes, uma abordagem séria e científica ao tema do audio e da audiofilia, com pouco "hype" ou marketing mas com muito bom gosto e conhecimento, e o resultado é fenomenal. Eu tive a oportunidade de ouvir o integrado A60 com outras colunas semelhantes a estas (mas de duas vias apenas) no espaço da Megaudio em Massamá, e fiquei extremamente agradado com o que ouvi. A performance no Audioshow apenas confirmou aquilo que eu já sabia: o audio de qualidade está aqui mesmo em Portugal, feito por um português! Em baixo coloquei uma descrição detalhada dos componentes com dados técnicos relevantes:

As colunas Megaudio Keops são feitas com uma caixa de pórtico traseiro em granito de alta densidade com tratamento betuminoso dado à mão que depois leva uma tela betuminosa de maior densidade para controlar a característica natural das pedras rijas. O amortecimento interno é feito com lã sintética nas paredes da caixa e lã natural na traseira do altifalante de graves. A caixa tem um travamento em cruz na zona central dos painéis, também em pedra. Trata-se de uma três vias com filtro de 12 dbs/oit com cortes aos 700hz e 2500hz, e potencia máxima recomendada de 120w (180w de pico). Resposta de frequência em sala: 35-20000 hz (+/- 2.5 Dbs). O altifalante de agudos é alinhado em fase física ,sendo este alinhamento feito individualmente para cada coluna. Os altifalantes são Visaton 8" em fibra de vidro e Visaton com membrana de 50 mm. O amortecimento interno é mudado e optimizado para a banda de trabalho conseguindo-se desta forma eliminar uns picos naturais na zona dos 1000/1500hz. Tweeters de cúpula de 28 mm, modificados, desmontados e realinhados, pareados em nível e distorção através de analisador de espectro. A centragem é muito importante, desta forma conseguem-se menores valores de distorção harmónica.

Pré-amplificador Megaudio C60 a válvulas sem realimentação global, ganho ajustável internamente na Megaudio de acordo com especificação do cliente. Equilíbrio entre canais 0 DBs, válvulas ECC82 e impedância de saída 1K ohm.

Amplificador de potência Megaudio P60 com 60W por canal a 8 ohms (Polarização para 20W em classe A). Distorção harmónica: 0.1% a 25W e 0.5% a 60W. Largura de banda: 5Hz - 200Khz (-3dbs). Este amplificador precisa de algum tempo de aquecimento para estabilização do bias, onde o melhor desempenho se verifica. O circuito não tem realimentação global, reproduzindo o som com grande envelope harmónico. O amplificador pode funcionar em DC.

Amplificador integrado Megaudio A60 com 60W por canal a 8 ohms (Polarização para 15W em classe A). Distorção harmónica: 0.1% a 25W e 0.5% a 60W. Largura de banda: 5Hz - 200Khz (-3dbs). O amplificador pode funcionar em DC. O circuito de potência é igual ao power P60.

Vale a pena visitar a Megaudio e falar com o simpático, conhecedor, e até contagiante Rui Pinho. A verdade sonora mora lá... ele sabe disso, e por isso o seu entusiasmo e vontade para nos mostrar a qualidade dos seus produtos é plenamente justificada. Desejo ao seu projecto os maiores e merecidos sucessos, esperando também que o público português saiba reconhecer nestes seus produtos o melhor que em Portugal se faz e que ombreia ou mesmo supera o que de melhor se faz lá fora.

Megaudio (Rui Pinho)
Av. Dr. Fernando Ricardo Ribeiro Leitão, nº18 Loja 2745-711 Massamá
Tel./Fax. +351 21 439 39 71   E-Mail: megaudio@net.novis.pt
Segunda a Sexta 9:30 ás 13:00 e das 15:00 ás 19:30 (Sábado 9:30 ás 13:00)


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sábado, 3 de abril de 2010

Audioshow 2010 - Transom em imagens...



Abbingdon Music Research CD -77 Compact Disk Processor... um Multibit excepcional!


As traseiras do CD-77 onde se podia encontrar um par de IC's Nordost Valhalla...


Vista geral do sistema na sala Transom / Ultimate Audio...


 As pequenas Canton Reference 9.2 DC de fabrico alemão... grande som!


A qualidade habitual da amplificação Karan Acoustics... mas não são fáceis de arrumar...

Mais uma vez e para não fugir à regra, a Transom oferece-nos um sistema com um som de grande qualidade, neste caso em parceria com a Ultimate Audio, instalado pela mão do Rui Calado da Transom, que foi capaz de me surpreender especialmente com a qualidade fenomenal do leitor de CD da AMR, cujo slogan "closest to vinyl, ever" não parece nada despropositado, apresentando um som vigoroso, tonalmente equilibrado e quase isento de fenómenos "estranhos" que normalmente ouço na reprodução de audio digital, e também com as pequenas Canton, e desde já confesso que nunca teria tido curiosidade em ouvi-las se não me tivessem sido colocadas à frente e a tocar tão bem. O CD da AMR tem atributos "clássicos", como os chips TDA1541A com tecnologia multibit da Philips, ou a utilização de válvulas no output stage, e as Canton com uma qualidade de construção impressionante e aqueles drivers metálicos que lhes permitem transientes fortes e muita resolução. A amplificação da Karan continua a deixar boa impressão, nos mais variados contextos e sistemas. Como sempre, foi um prazer ouvir o sistema do Rui, e passar um bom bocado à conversa e a ouvir as suas "descobertas" musicais.


Vista geral da sala Transom / Supportview...


Também aqui a fonte a ter primazia no sistema, neste caso um Pro-Ject Xtension Classic...


A traseira do Xtension com braço Ortofon RS-309D, construção e design excepcionais...


O espectáculo dos cabos coloridos atrás dos Nuforce da série 9...


Nuforce 9 Series e outra fonte excellente da Linn, num rack simples mas eficaz.


Phono stage Nagra BPS... talvez um dos grandes responsáveis pelo som deste sistema...


Ortofon Kontrapunkt b a integrar de forma excelente com o braço da mesma marca...

Depois de ter feito sucesso no Still Vinyl 2009 como melhor sala do evento, este mesmo sistema foi utilizado no Audioshow 2010, mas com outras colunas, novamente da surpreendente série Reference da Canton, neste caso as colunas de chão 7.2DC. Como disse o Carlos Moreira e muito bem, em equipa que ganha, não se mexe... muito. Um sistema que toca bem, não desapontou, e com as novas colunas creio que ganhou alguma dinâmica e uma apresentação sonora mais confortável para longos períodos de audição. O gira-discos da Pro-Ject é uma fonte de altíssima qualidade e um festim para os olhos com as suas linhas elegantes, cuja prestação sonora tirou partido daquele pequeno pré de phono da Nagra com funcionamento a bateria e que pela segunda vez me deixa agradado com tanta música que deita cá para fora! Uma associação feliz destas três empresas do nosso mercado, em que o ponto comum foi a Transom, com toda a sua sabedoria deixando novamente a sua marca incontornável no panorama audio nacional. Duas salas no grupo das 7 melhores do Audioshow 2010, merecidamente!


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quinta-feira, 1 de abril de 2010

Audioshow 2010 - Viasónica em imagens...


Jeff Rowland Continuum... provavelmente o componente audio mais bonito que já vi, e toca!


Vista geral do sistema. Elegante, simples, muito WAF e fácil de arrumar em qualquer lado...


Lindas... Bowers & Wilkins 805 Diamond é o seu nome... e o preço é grande, como o nome...


Uma fonte digital de renome, da famosa DCS, para não estragar o conjunto de alta joalharia...


Pormenor original... um Music Server Olive 4HD (que não estava a tocar quando lá estive)...

"Por favor pode subir o volume? Só mais um bocadinho..." Esta foi a minha primeira pergunta ao fim de uns quatro minutos a ouvir o som nesta sala da Viasónica, com volume moderado (mais para o baixo), e sabendo tão bem que as B&W 805 são colunas que "aparecem" e revelam o seu potencial quando lhes dão "pancada" da boa! E assim foi, o demonstrador no local aumentou o volume, e de repente ouviu-se música a sério dentro daquela sala! Até um par de ouvintes que estava para sair, imediatamente se arrependeu e voltou para trás aos seus lugares...

Ao contrário de outras colunas, normalmente com tweeters menos equilibrados e estáveis, tipicamente de maior sensibilidade, e sem a construção inteligente e maciça destas "monitoras", as 805 (de qualquer geração) não endurecem nem se tornam estridentes com volumes elevados, antes pelo contrário, a sua postura e resposta parecem melhorar criando uma envolvência e oferecendo uma prestação quase "pneumática" de transientes rápidos, contundentes e poderosos, um palco sonoro cada vez maior e definido, dinâmica inesperada para umas colunas deste tamanho, e os graves que alguns referem como sendo uma área menos conseguida das 805 aparecem em força ao mesmo tempo que demonstram cabalmente a diferença entre qualidade e quantidade e como a primeira tem de ser, claro, a principal prioridade num sistema que se pretenda realmente "audiófilo", tonalmente equilibrado e de alta resolução. Com as 805s, bem como estas novas 805 Diamond, não há baixas frequências empoladas, nem gama média colorida... e as altas frequências têm a limpeza, liquidez, e até percussão, que fazem destes tweeters os melhores que conheço. As 805 Diamond fazem tudo isso um pouco melhor...

Alta resolução foi o que ouvi, seguramente ajudado pelo leitor de CD da DCS que nunca comprometeu, e por aquele monumento à beleza e elegância, o amplificador integrado Jeff Rowland Continuum que rivalizando com a beleza das 805 Diamond foi também capaz de as dominar e de as fazer revelar informação musical com minúcia e alma verdadeiramente excepcionais. Eu pegava neste sistema, acrescentava-lhe um bom gira-discos e ficava feliz da vida a ouvir música até ao fim do mundo... Bom, talvez me levásse ao fim da minha conta bancária... e estou a referir-me ao aumento de preço das 805 (agora Diamond), com um p.v.p. de 4500 euros (sem suportes), o que significa um aumento considerável relativamente ao p.v.p. 2500 euros das suas antecessoras, as fabulosas B&W 805s. A culpa, diz-se, é dos tweeter de diamante que sozinhos custam cerca de 1000 euros por unidade, e apesar de outros melhoramentos nos woofers e crossover das colunas, pode dizer-se que nos tweeters está de facto a principal diferença sonora entre as 805s e as 805 Diamond.

Justifica-se? Bom... cada um terá a sua resposta. As 805s eram já consideradas por muitos como umas das melhores colunas monitoras alguma vez concebidas. A sua neutralidade, quase total ausência de colorações, capacidade para apresentar uma resolução descomunal, e a sua prestação viva e dinâmica, sempre foram uma referência. Eu não conheço e nunca conheci nada melhor para o preço delas, na minha opinião, a 2500 euros o par, não havia qualquer tipo de concorrência. Mas agora a "música" é outra, e pelo que ouvi diria que a prestação das novas 805 Diamond é de facto melhor, conseguindo acrescentar um nível superior de resolução e integração das colunas, mas estamos a falar de uma melhoria quase marginal... o que não teve correspondência no preço, e isso veio abrir de forma radical o leque de potenciais concorrentes e de alguma forma retira força à hegemonia das 805 como rainhas do seu segmento. Diria que, se o dinheiro não for problema (huuummm isto nunca soa muito bem), então as 805 Diamond são o tipo de produto de nicho e "tesouro" audiófilo que apetece levar para casa e apreciar cada segundo da sua companhia com a consciência de estarmos a conviver com um produto realmente especial, como o são os tweeter de diamante, componentes únicos de precisão e prestação que está mesmo muito à frente de qualquer outro tweeter que eu conheça. Mas, quem quiser ter a "magia" das 805, por um preço bastante mais razoável, as 805s (se encontrar ainda em stock ou então no mercado de usados) são a aposta mais racional.

Ouvi música de estilos variados neste sistema (um dos 7 melhores), desde clássica, ópera, passando pelo jazz e pelo rock, sempre com o mesmo nível de prestação, e foi nesta sala que observei o palco sonoro de maiores dimensões, mais profundo e definido, de todo o Audioshow. O Jeff Rowland deixou-me muito bem impressionado, a performance "respira" com facilidade, naturalidade, tudo muito fluído e "dançante" mas sem adornos ou doçuras... som puro, dinâmico e cheio de presença, sem perdas aparentes. Música ao mais alto nível, contagiante... viciante... ViciAudio!


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