quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Vinil 180 Gramas... Quais são as vantagens? Uma explicação sobre o peso dos Discos de Vinil.




As palavras "Vinil 180 Gramas" têm sido a causa de muita desinformação e debate na comunidade audiófila e dos discos de vinil. No entanto, nada o justifica, não há nada de mágico nas prensagens de vinil de alta gramagem, e sem dúvida que alguns mitos pairam sobre aqueles autocolantes brilhantes a dizer 180gr que encontramos nas capas dos discos, mas isso não significa que não existem benefícios na prensagem de discos de vinil 180gr ou mesmo 200gr.

A gramagem dos discos de vinil tem muito pouca relação com a qualidade de som da música gravada nos sulcos do disco. O standard técnico que regula a forma como as espiras são moduladas e cortadas na superfície do disco é exactamente o mesmo para todos os discos, independentemente da sua gramagem, os sulcos apenas podem ser cortados dentro dos limites das dimensões permitidas por esse standard, e estamos a falar de dimensões extremamente pequenas à escala micrométrica e com variações tão pequenas que qualquer disco de vinil acima de 100 Gramas (provavelmente até menos) providencia o suporte físico necessário para prensagem de espiras de acordo com as especificações standard da indústria.

De facto a masterização (ou corte) do vinil não sofre qualquer variação ou alteração de acordo com a espessura ou peso dos discos que serão prensados, nem existem masterizações específicas para vinil 140gr, 160gr, 180gr ou 200gr, etc... Pela forma como o sulco é formado, a sua profundidade relativa e que exceda o standard técnico, é pouco relevante já que o contacto da ponta da agulha no sulco (que forma um triângulo com um vértice em baixo) não passa de certo ponto, toda a profundidade abaixo desse ponto é ignorada, como se não existisse... e o seu posicionamento relativo na profundidade do disco é também um factor sem relevância ou impacto na leitura. Para que a profundidade fosse um factor relevante seria necessário alterar completamente a geometria dos sulcos no seu ângulo ou outros aspectos, ou seja... sera necessário criar um standard diferente, para corte dos discos e para a sua leitura, com agulhas específicas etc...

A qualidade de som do vinil, como em qualquer outro formato, depende principalmente do tipo e qualidade da fonte usada para masterizar, e em última análise depende da qualidade do próprio processo de masterização bem como dos equipamentos utilizados para masterizar e realizar o corte do acetato.




Dito isso, porque motivo as prensagens de vinil pesado, com gramagem acima de 140 Gramas, são normalmente consideradas melhores? E quais são os benefícios reais do vinil pesado? O que leva a que seja tão bem visto pela indústria e pelos consumidores? Estas são algumas das respostas possíveis a essas perguntas:

- O disco, o objecto propriamente dito, é mais robusto e durável. Um LP 180gr é não só mais agradável ao toque quando manuseado e colocado no gira-discos, mas também oferece maior resistência à manipulação mais agressiva, condições de armazenamento adversas e outros possíveis abusos que podem infligir-se sobre os discos ao longo de anos ou décadas. Não me refiro ao desgaste das espiras devido ao contacto com a agulha da cabeça de leitura, esse será igual para vinil de qualquer peso, mas ainda assim há vantagem óbvia para a robustez e durabilidade dos discos como objectos físicos oferecendo maior resistência a quebras ou empenos entre outros potenciais estragos.

- Existem benefícios mecânicos decorrentes da utilização de vinil mais pesado no seu gira-discos, basicamente isso permite uma plataforma mais estável para a agulha e sua estrutura de apoio (suspensão do cantilever), e provavelmente um melhor isolamento de vibrações indesejáveis que podem causar degradação sonora ao nível micro em que a agulha trabalha para navegar os sulcos do vinil. Este efeito não será muito diferente, do ponto de vista técnico, de mudar o material do prato do seu gira-discos, ou alterar a sua massa, ou até de uma simples mudança do tipo de tapete que usa sobre o prato... pode encarar-se o disco de vinil mais pesado como um tipo de upgrade físico ao seu gira-discos, que fará a diferença semelhante a outros upgrades do mesmo tipo.

- Um perfil de vinil de maior espessura (mais alto) pode alterar as características sonoras da cabeça de leitura, para melhor ou pior, porque altera o VTA (Vertical Tracking Alignment) do braço em relação à superfície do disco, isso poderá ser audível ou não, e pode alterar o som para melhor ou para pior, dependendo da forma como o seu gira-discos foi afinado.

- Historicamente, existe um standard de qualidade implícito associado ao vinil 180 Gramas, ou 200 gramas. Quando este tipo de prensagens de peso elevado apareceram, representavam um standard de qualidade mais elevado que estava a ser usado em todo o processo de masterização e de fabrico, o que resultava quase sempre em melhor qualidade de som, não apenas por causa do vinil mais pesado, mas sim tal como hoje em dia como resultado de melhor masterização a partir de fontes superiores (Master Tapes Originais) utilizando técnicas mais evoluídas.

- Algumas editoras, nomeadamente a Classic Records com o seu Quiex SVP (Super Vinyl Profile), e a Mobile Fidelity Sound Lab com o seu vinil UHQR (Ultra High Quality Record) que era fabricado pela JVC no Japão, criaram técnicas de prensagem em vinil 180gr e 200gr em que o design dos moldes de prensagem era feito de forma a tornar a superfície dos discos mais plana do que nas prensagens ditas normais. O efeito da superfície não uniforme com espessura diferente entre as extremidades e o centro dos discos é algo conhecido e estudado por vários engenheiros e entidades ligadas a esta área, e são indiscutíveis os benefícios técnicos de uma superfície mais plana e perfeita para a leitura das espiras, no entanto a relação deste fenómeno com o peso e espessura total dos discos depende dos moldes de prensagem serem ou não desenhados dessa forma, o que poderá variar de editora para editora e de fábrica para fábrica.




Por essas razões, prensagens de vinil pesado de 180 Gramas ou 200 Gramas são normalmente produtos de melhor qualidade associados a edições limitadas, edições audiófilas, e edições de melhor qualidade em geral. Infelizmente essa não é sempre a realidade de todas as prensagens de vinil pesado, de facto algumas das piores editoras que produzem discos de vinil de péssima qualidade hoje em dia, estão a fazer prensagens de LP's 180 Gramas com base em trabalhos de masterização pobres realizados a partir de fontes (quase sempre digitais) de baixa qualidade. Prensagem de maus discos em vinil 180 Gramas não os torna bons discos, e muito menos os transforma em discos audiófilos... nada disso! Assim sendo, o que se passa com todas estas edições 180 Gramas com má qualidade de som que inundaram o mercado recentemente? Estas são algumas das respostas possíveis a essas questões:

- Como parte do ressurgimento do mercado do vinil que tem vindo a ocorrer desde 2005 (e a crescer de forma estável), a maior parte das editoras sentiram a necessidade de tornar os discos de vinil mais atractivos para os consumidores, como se estivessem a justificar a edição (ou reedição) em vinil com o vinil pesado e a percepção de Alta Qualidade que lhe está associado e que referi anteriormente. Isto não tem nada de errado, pelo contrário demonstra um esforço genuíno para dar força ao regresso do vinil através de uma oferta baseada num standard de qualidade mais elevado a que os consumidores reconhecem valor e que apreciam.

- O crescimento das vendas de discos de vinil, algo inesperado, e esse esforço para tornar as edições em vinil mais apelativas através das prensagens 180 Gramas, resultou em que muitas fábricas se tenham tornado mais especializadas na prensagem de discos pesados durante os últimos 10 anos sensivelmente, na verdade as presagens 180 Gramas tornaram-se já hoje o novo standard de prensagem para muitas fábricas, significando que os custos já não são um factor determinante quando uma editora opta por fazer discos 180 Gramas. É de facto mais caro porque usa maior quantidade de matéria-prima, mas a percepção de valor acrescentado que os consumidores atribuem a esse factor compensa largamente o aumento marginal do investimento.

- Visto que os custos, e a capacidade técnica, já deixaram de ser factores decisivos, isso abriu a porta para que praticamente qualquer editora, boa ou má, grande ou pequena, possa fazer prensagens em vinil pesado. Com o bónus adicional do "Vinil 180 Gramas" ser quase sempre visto pelos consumidores como um produto de melhor qualidade, específicamente com melhor qualidade de som.




Assim sendo, onde é que isto nos deixa? Bem, deixa-nos precisamente onde começámos... Vinil 180 Gramas não é magia, e não é uma solução para nenhum grande problema. Representa valor adicional e pode significar um standard de qualidade mais elevado da sua produção, da mesma forma que pode ser usado por editoras com standards de qualidade extremamente baixos. É muito importante focar a sua atenção no que realmente conta: Quem fez a masterização? Onde foi feita a masterização? Quais as fontes usadas para masterizar? Onde é feita a prensagem? E só depois dessas questões, factores secundários como a gramagem do vinil se tornam valor adicional e boas razões para comprar um disco.

Não deixe que o autocolante 180 Gramas só por si o afaste de comprar um grande disco... mas também não deve deixar que as 180 Gramas isoladamente sejam o factor decisivo para comprar um disco. Não é magia, mas não deve ser desprezado como um "truque" porque existem  realmente muitas vantagens na prensagem de vinil pesado quando estas são parte de uma estratégia maior para produzir com mais qualidade e que inclua masterização a partir das melhores fontes para obter um resultado que é realmente um melhor produto em todas as áreas.


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segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Roger Waters Amused to Death 2LP Vinil 200 Gramas QRP - Diferenças USA / EU 2015




Esclarecimento sobre reedição 2015 Roger Waters Amused to Death 2LP Vinil 200 Gramas

Muitas pessoas têm questionado sobre as diferenças entre a reedição deste disco para o Mercado Americano e para o Mercado Europeu. O ViciAudio tem a resposta informada, factual e rigorosa para esta questão:

1- Técnicamente, existe apenas uma edição do Amused To Death 2015, no entanto com versões diferentes para o mercado Americano e Europeu, com as diferenças descritas nos pontos seguintes.

2- O número de catálogo é AAPP 468761 para a edição Europeia, e APP 468761 para a edição Americana, e o código de barras é 888750754714 para a versão Europeia, e 888430905818 para a versão Americana. As duas versões são produzidas e distribuídas em conjunto pela Analogue Productions e pela Sony Europe, como aliás amplamente anunciado e divulgado pelas duas entidades.

3- Para o mercado Americano a capa é produzida pela Stoughton Printing Co. utilizando um cartão mais espesso e sólido como aquele que normalmente é usado pelos LP’s duplos mais recentes da Analogue Productions.

4- Para o mercado Europeu, a capa usa cartão normal, mais fino do que o cartão usado na capa para o mercado Americano, trata-se de uma boa capa Gatefold com processo de fabrico normal.

5- Uma forma fácil de distinguir entre a capa da versão Europeia e a capa da versão Americana, além das diferenças de espessura, peso e rigidez, é a cor do lado interior do cartão (as "bolsas" onde entram os discos), na versão Americana tem uma cor acastanhada típica dos cartões mais grossos, enquanto na versão Europeia tem cor completamente branca típica do cartão mais fino.

As diferenças entre as versões comercializadas nesses dois mercados terminam aí, nada mais distingue uma da outra, especialmente no que é essencial: o som, origem e qualidade da prensagem!




(no video promocional da Acoustic Sounds, proprietária da Analogue Productions e da fábrica de prensagem QRP - Quality Record Pressings nos Estados Unidos da América, podem ver-se imagens da prensagem e do packaging dos discos, inclusivamente é possível ver a partir do segundo 0:45 as capas da versão Europeia - ligeiramente mais flexíveis e com interior branco - a serem preparadas nos EUA para serem enviadas para a Europa)



Sobre os discos, som e masterização desta reedição 2015:

6- Todos os discos têm a mesma fonte e mesma masterização, com o mesmo código “matrix”, rigorosamente iguais em todo o mundo.

7- Todos os discos são prensados na fábrica da Quality Record Pressings (QRP) nos USA. Não existe qualquer outra prensagem, e ao contrário de certos rumores, não existe nenhuma prensagem europeia desta reedição.

8- Todos os discos têm, necessariamente, rigorosamente o mesmo som, não existe nenhuma versão desta reedição com melhor ou pior som, só existe uma (e com excelente som).


Resumindo, não há nenhuma versão melhor em termos de audio / som / prensagem, o que existe é uma diferença ao nível da capa e do cartão usado na mesma. E porquê esta diferença? Porque tem um impacto tão grande no preço de uma e outra versão?

Especulando um pouco sobre este tema, mas com base na minha experiência, penso que devido à decisão pouco habitual de fazer toda a prensagem na América, para assim conseguirem manter a qualidade igual em todo o Mundo, esta foi a solução encontrada para pouparem nos custos de fabrico das capas e, principalmente, nos custos de transporte de USA para a Europa de dezenas de milhares de unidades.

Num processo de transporte e importação de mercadorias em larga escala, uma capa de 300 gramas em vez de 400 ou 450 gramas faz uma diferença enorme nos custos finais de transporte e impostos, etc... por isso a versão comercializada na Europa é muito mais barata, apesar de ter exactamente os mesmos discos fabricados no mesmo sítio com exactamente o mesmo excelente som.


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quinta-feira, 1 de outubro de 2015

SACD Super Audio CD Digital de Alta Resolução em Portugal no Vinyl Gourmet!




Agora na sua loja de música Vinyl Gourmet também vai encontrar os melhores discos Super Audio CD (SACD) das melhores editoras da actualidade. Para tentar colmatar uma lacuna do mercado Português onde tradicionalmente não é fácil encontrar bons discos de audio digital de alta resolução, a loja Vinyl Gourmet decidiu alargar a sua oferta que até agora era composta exclusivamente por discos de vinil.

Fiel à sua missão de promover e comercializar a melhor música com o melhor som, cientes de que nem sempre é possível ou prático ouvir um disco de vinil em diversas situações onde a facilidade e rapidez do digital são importantes, a loja Vinyl Gourmet aposta como sempre nos discos de melhor qualidade, neste caso com as melhores masterizações provenientes de editoras audiófilas bem conhecidas como as americanas Mobile Fidelity Sound Lab (MFSL / MoFi), Audio Fidelity, Original Recordings Group (ORG), Analogue Productions, Audioquest, e muitas outras, bem como edições de editoras generalistas como a Sony Music e muitas mais, tipicamente vocacionadas para mercados onde existe maior procura especializada como nos Estados Unidos da América ou as edições do mercado Japonês.

Além do destaque para os Super Audio CD também estarão disponíveis por encomenda títulos noutros formatos de alta resolução e outras variantes da evolução das tecnologias digitais, como o mais recente Blu-Ray Audio, discos K2HD ou XRCD, XRCD2, XRCD24, Blu Spec CD , Blu-Spec CD2 e Blu-Spec SACD, Super High Material SHM-CD e SHM-SACD, etc...

Numa primeira fase ainda de avaliação do mercado, serão poucos os títulos em stock ou listados no catálogo online da loja, no entanto basta contactar o Vinyl Gourmet sobre qualquer título que exista no mercado mundial para obter uma cotação de preços e estimativa de tempo para entrega ou envio pelo correio. O objectivo é permitir a aquisição deste tipo de discos aqui em Portugal, na sua língua, com preços muito competitivos entre os melhores praticados na Europa, de forma segura e com a mesma eficácia e qualidade de serviço a que o Vinyl Gourmet já habituou os seus clientes.

Antes de comprar lá fora, fale com o Vinyl Gourmet e surpreenda-se com os preços e a quantidade de títulos disponíveis por encomenda de forma rápida e simples. Mas sempre com a sua Música... bem servida!


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