sábado, 30 de outubro de 2010

HiFiShow 2010.... o que esperar deste tipo de eventos... (disclaimer)


É importante esclarecer o que pode e deve esperar-se de uma visita a um evento de demonstração de sistemas de audio, e que tipo de avaliação é possível fazer-se, de forma minimamente rigorosa, ao que nos é apresentado. O som que ouvimos (num show, em casa e em qualquer lado) é principalmente afectado pela qualidade da fonte. Não me refiro ao aparelho que reproduz, nem sequer ao suporte físico do conteúdo musical, mas sim à verdadeira fonte: o conjunto "Captação / Gravação / Edição / Mistura / Masterização" (a que chamarei apenas de Masterização daqui para a frente) que foi criado a partir de uma performance musical e que tipicamente utilizamos na forma de um disco, fita, ficheiro, etc...

Há masterizações para todos gostos, com sonoridades muito diferentes... as brilhantes, as amorfas, as equalizadas e as planas, as mais comprimidas dinâmicamente e as menos comprimidas, as que foram feitas com processos 100% analógicos e as que utilizaram etapas digitais, as que usaram redução de ruído de fundo e as que não filtraram quaisquer frequências, as que foram produzidas a partir da Master Tape original e as que usaram cópias de backup... enfim, a lista de variáveis em cada fase do processo é infindável. Uma masterização é como uma impressão digital... não há duas iguais! Dependendo da masterização escolhida o som de um mesmo sistema pode sofrer variações enormes. Posso pegar em 3 ou 4 CD's diferentes de uma obra conhecida, cada um com uma masterização diferente para os mesmos conteúdos, e o sistema onde os reproduzo vai apresentar o som de cada uma dessas masterizações, ou seja o mesmo sistema audio vai ter diferentes prestações e mostrar características sonoras distintas. Não é possível escapar a este "fado"...

Depois, temos os factores importantes (mas secundários à "verdadeira fonte" que é a Masterização) que são também condicionantes do som que ouvimos. O espaço e as suas características acústicas é fundamental, tal como a qualidade técnica dos componentes usados no sistema, as sinergias entre eles e seu posicionamento. Tudo isto altera e molda de forma acentuada a performance de um sistema e a percepção que temos dele, contribuindo e acrescentando à Masterização para um "bolo final" que é o som que ouvimos.

Avaliar sistemas audio demonstrados sem conhecer bem os conteúdos utilizados, a acústica das salas ou as características dos componentes, é uma tarefa muito complicada pois há demasiados factores em jogo. Na verdade o mais correcto seria falarmos de avaliação do som que ouvimos, e não dos sistemas propriamente ditos, pois dificilmente o ouvinte consegue, nessas condições, identificar qual a origem/causa para o que está a ouvir. Assim sendo, e apesar de por vezes eu tentar separar o "trigo do joio" nas minhas audições para tentar ouvir a essência do sistema, as minhas opiniões e descrições devem ser sempre interpretadas à luz desse contexto muito especial, com as limitações próprias de um evento de demonstração de sistemas de audio. Não são veredictos definitivos sobre nada... trata-se apenas do que ouvi, naquele momento, num lugar "estranho" e a partir de fontes quase sempre desconhecidas. Fica feito o "disclaimer" :)

(leia também os comentários da minha autoria que aprofundam esta questão, clicando aqui!)

Imagens e comentários relativos ao HiFiShow 2010... brevemente...
Para ver em http://ViciAudio.blogspot.com


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quarta-feira, 20 de outubro de 2010

HiFiShow 2010 é já este fim-de-semana em Lisboa!


O HiFiShow volta este ano ao prestigioso espaço do Hotel Villa Rica, em Lisboa, nos próximos dias 23 e 24 de Outubro (sábado e domingo) a partir das 15H00.

Naquela que é já a quarta edição deste evento dedicado aos entusiastas do som e da imagem, organizado pela HDMC, haverá também a oportunidade de ficar a conhecer as mais recentes propostas em televisão 3D através de demonstrações realizadas em colaboração com a LG, a Philips e a Samsung.

Entre as marcas e distribuidores já confirmados contam-se (por ordem alfabética): A Pauca sed Bona, Ajasom, Audio foreign office, Audioelite, Audioteam, Belmiro Ribeiro & Filhos, B&W Spain, Delaudio, LG, Magnelusa, Magmedia, Megaudio, Polifer, Philips, RB Turntables, Samsung, Supportview, Ultimate Audio, Viasónica e Zenaudio.

A organização conta com os apoios do Forum HiFi, Hi-Fi Clube e Cineteka. Tal como acontece desde a primeira edição do evento, o HiFiShow tem entrada livre. (comunicado por http://www.hdmc.pt/)
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segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Trem Azul Jazz Store - 6º Aniversário com música ao vivo e descontos!


A Trem Azul Jazz Store comemora o 6º aniversário na terça, 19 de Outubro e vai marcar esta data com uma noite especial, cheia da boa música ao vivo a que este espaço sempre nos habituou e com os melhores descontos em todos os produtos à venda na loja.

O duo Ken Vandermark (Saxofone Tenor / Clarinete baixo) e Chad Taylor (Bateria) dão início a esta noite de festa com um concerto que promete ser contagiante, às 21h30. O saxofonista e clarinetista Vandermark é um dos mais activos e prolíficos músicos da actualidade e tem-se multiplicado em projectos de grande qualidade, com destaque para Vandermark 5, DKV Trio, Fire Room, Spaceways Inc, Free Fall, Tripleplay, 4 Corners, Bridge 61, School Days e Territory Band. Taylor é membro do Chicago Underground Duo, Trio, Quartet e Orchestra de Rob Mazurek e nos últimos anos envolveu-se nas mais diversas formações do novo jazz americano, como Sticks and Stones, Spiritual Unity e Digital Primitives. O baterista e vibrafonista é também uma das principais figuras do pós-rock de Chicago, tocando ao vivo e gravando com Tortoise, Isotope 217, Mouse on Mars, Stereolab, Jim O'Rourke, Brokeback e Sam Prekop.

A única loja de jazz existente em Portugal, abriu as portas no Cais de Sodré há 6 anos e tornou-se uma das poucas lojas especializadas nesta área da música em todo o mundo, distinguindo-se igualmente por abrigar a editora discográfica que tem sido votada como uma das mais importantes a nível internacional, a Clean Feed Records. Seis anos que marcaram a diferença e que decisivamente contribuíram para que no nosso país o jazz se tornasse num fenómeno de dinamismo e vitalidade.

Uma noite de celebração jazz a não perder, repleta de boa música e boas compras! 10% de desconto em todos os artigos da loja e 20% no catalogo Clean Feed. A entrada é livre! (comunicado pela Trem Azul)
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sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Desde 15 de Outubro 2009 - O ViciAudio faz hoje 1 aninho...

Foi no dia 15 de Outubro de 2009 que decidi criar o ViciAudio, precisamente há um ano, para aqui partilhar a minha experiência de vida no que diz respeito à Música e ao Audio. Foi com grande prazer que o fiz e continua a ser gratificante alimentar este espaço. Obrigado a todos os que visitam o ViciAudio (já são uns milhares). Parabéns ViciAudio!!! I have the Happy Birthday Blues :)



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quinta-feira, 7 de outubro de 2010

A rodar: ... é sempre Round Midnight (Herbie Hancock - Dexter Gordon)

(Round Midnight LP, CD e DVD acompanhado por The Other Side Of Round Midnight em LP e CD)

Em meados dos anos 80, teria eu os meus doze ou treze anos, vi no cinema o filme Round Midnight realizado por Bertrand Tavernier. Fiquei fascinado com a música, com a atmosfera, com o som e a presença do Saxofone... com os actores/músicos que nele participam, nomes como Dexter Gordon, Herbie Hancock, Freddie Hubbard, Bobby Hutcherson, John McLaughlin, Wayne Shorter, Ron Carter, Tony Williams, e muitos outros que tocaram a música ao vivo durante o filme, num exercício arriscado e inédito que foi muito bem sucedido (valeu um Oscar de melhor banda sonora)... também me impressionou a figura envelhecida de Dexter Gordon, num desempenho brilhante que lhe mereceu uma nomeação para o Oscar de melhor actor principal... acabaria por falecer quatro anos mais tarde, teve um papel determinante como actor e como músico que viveu realmente parte da história do filme e contribuiu com as suas ideias e correcções ao guião.




Já vi o filme várias vezes desde então, e a banda sonora roda cá em casa com muita frequência. A música soa um pouco a uma versão modernizada do estilo bebop, alternando entre "jazz standards" e originais compostos especialmente para o filme por Herbie Hancock, e leva-nos numa viagem emocional por vezes festiva mas quase sempre melancólica como o próprio filme. Conta ainda com belíssimas participações de Chet Baker e Bobby McFerrin (não entram no filme como actores). Curiosamente foi editada em dois discos separados, primeiro Round Midnight Original Motion Picture Soundtrack sob direcção de Herbie Hancock, e mais tarde o The Other Side Of Round Midnight atribuído a Dexter Gordon que completa a banda sonora com as músicas do filme que não apareciam no primeiro disco. Recomendo os LP's para uma melhor experiência sonora, mas os CD's das primeiras edições de 1986 são bastante bons com uma sonoridade natural e sem os "tiques" das masterizações modernas, sendo apenas de evitar o CD remasterizado de Round Midnight que se encontra actualmente à venda, não porque seja especialmente mau, mas porque é ligeiramente inferior ao CD original dos anos 80 (notei alguma equalização estranha).

Agora, a começar os anos 00, com os meus 35 anos, comprei um saxophone tenor e inscrevi-me numa escola de Jazz (JB Jazz). Esta ideia esteve uns anos em lume brando... mas não podemos parar o que vem lá de dentro, pois não?

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quarta-feira, 6 de outubro de 2010

U2 360 Tour - Coimbra 2010 ... o rescaldo

De uma forma geral gostei do concerto dos U2 em Coimbra. A noite de Sábado estava bastante agradável, e os rapazes mostraram que ainda têm o que é preciso para entusiasmar multidões. É difícil não vibrar com aquelas músicas que fazem parte do nosso imaginário musical, e o público rapidamente se rendeu aos encantos da guitarra de The Edge e ao poder da voz de Bono. Infelizmente, há criticas a fazer...


O Conceito do palco a 360 graus não é muito feliz, já que o mesmo é colocado numa das extremidades do relvado, ou seja não é rodeado de forma igual por todos os lados, o que acontece é que a esmagadora maioria do público acaba por se situar numa área frontal "tradicional" relativamente ao palco, e os artistas pouco ou nada fazem para os restantes que estão atrás que foram negligenciados durante quase todo o concerto... em termos práticos as movimentações durante o espectáculo são em tudo idênticas ao que poderia ser feito num palco "normal" ao qual fossem adicionadas duas pontes na secção frontal/lateral. Em termos de cenário, vale pela dimensão física, mas falha pela aplicação prática do conceito de base porque os U2 não quiseram, ou não puderam, levar o conceito mais longe.


O som era mau. Não estou obviamente surpreendido com isso... num estádio enorme, com mais de 40.000 pessoas a fazer barulho, há seguramente desafios acústicos e limitações técnicas que não se podem evitar. Mas por vezes fica aquela pergunta no ar.... "Seria mesmo necessário ter o som tão alto? Não havia outra solução?" Enfim, não tenho resposta, mas sei o que ouvi. Durante os primeiros 4 ou 5 temas o som até estáva "menos mau", mas piorou quando alguma alteração foi feita, aparentemente uma subida de volume adicional talvez para compensar a habituação dos ouvidos. Má ideia... o som tornou-se demasiado estridente e confuso.


Para as pessoas menos preocupadas com este assunto perceberem a gravidade deste fenómeno, basta perguntar-lhes o que acharam da música nova (tema desconhecido, do próximo album a ser lançado lá para o fim do ano) que os U2 tocaram a certa altura. Por não ser uma música conhecida de todos nós, o que se passou foi que ninguém conseguiu perceber nada da música, com o som misturado e distorcido, era impossível perceber o que andava a fazer cada instrumento ou o que cantava Bono, sem a preciosa ajuda do nosso cérebro a reconstruir os sons a partir das dicas sonoras para formar uma melodia reconhecível e que faça sentido musicalmente. Pois é exactamente isso que acontece quando os U2 tocam temas famosos como Sunday Bloody Sunday ou Elevation, mesmo que não se consiga ouvir 95% do que estão a tocar, o nosso cérebro (esse fantástico intrumento musical) pega nos sofríveis 5% e faz deles uma música completa numa verdadeira alquimia em tempo real.


Não espanta portanto que a música nova tenha deixado o público praticamente colado ao chão, sem se mexer, a olhar com aquele ar de quem não percebe o que se está a passar, anestesiado... afinal, ninguém gosta de levar com 5 minutos de ruído extremo e sem sentido, certo? Bom... pelos vistos gostam, e durante duas horas foi isso que tiveram. Valha-nos o cérebro e a sua magia... também eu saltei e cantei, e no geral gostei de assistir ao espectáculo, mas a pergunta permanece: O som é mau porque tem de ser?


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