domingo, 22 de novembro de 2009

Still Vinyl 2009 - Na cauda do pelotão...

Além dos três melhores (Transom, Ultimate Audio, Delmax), e do "Pelotão do Meio" com qualidade de som razoável, deixo agora algumas linhas e imagens relativas aos sistemas e salas onde não fiquei com impressão positiva, por achar que o som que lá encontrei não atingiu os standards de qualidade mínimos que eu considero possíveis e desejáveis a partir da reprodução de vinil num sistema de som com uma qualidade suficiente. Esta foi, caros leitores, a Cauda do Pelotão do Still Vinyl 2009.


(sala da Ajasom, "mirabolantes" colunas Pipedreams, electrónica Nagra, gira-discos Bergmann e cabeça Lyra)

Apesar de ser talvez a única sala com uma bonita assistente a dar as boas vindas, a verdade é que isso não foi o suficiente para fazer música na sala da Ajasom. Equipamentos caríssimos, e de logística complicada, mas um som difuso, com pouca definição espacial, pouco "swing", pouco "slam", e com uma apresentação que por vezes quase parecia fora de fase. Aqueles drivers todos... não me convence. Terá sido problema meu, mas não percebi o som deste sistema, e creio que a culpa terá sido maioritariamente das colunas ou da sua interacção com a sala e sistema associados. Na minha opinião, um som muito fraco, em termos absolutos... nem vale a pena referir a pobre relação preço / qualidade.


(sala G&P Audio com as colunas Luís Pires Olissipo, electrónica Plinius e gira-discos Basis com Benz LP)

Noutro evento audio antes deste, gostei muito de ouvir estas colunas com electrónica Primare, onde apesar de não ter um som exuberante (que as Olissipo manifestamente não conseguem reproduzir) fui presenteado com uma musicalidade, coerência e simplicidade da apresentação sonora, que achei desarmante e até supreendente. Não sei qual o motivo, talvez o sistema ser diferente, ou a sala com paredes quase todas em vidro e com um formato fora do normal, ou simplesmente porque nesta ocasião "não fez click", o facto é que no Still Vinyl 2009 o carácter seco e apagado intrínseco das Olissipo não foi acompanhado pelas outras características mais positivas. O som, em geral, estava demasiado escuro e introvertido, chegando a ser lento na apresentação, sem vida, sem música. Algo não estava bem, e fiquei com pena pois admiro o trabalho de Luís Pires nesta área. Fico à espera de reencontrar a musicalidade perdida das Olissipo noutro evento qualquer...


(sala da Zenaudio, colunas, subwoofers, amplificação e conversão digital da Lyngdorf, gira-discos Rui Borges)

Num evento dedicado às fontes analógicas, a Zenaudio quebrou o protocolo apresentando um sistema cuja fonte analógica estava a ser convertida para digital à entrada no amplificador "true digital" da Lyngdorf, o que só por si transforma o carácter objectivo da fonte em digital (no fundo o mesmo conceito de estar a usar um leitor de CD's, sendo que no caso da Zenaudio a conversão Analógico / Digital estava a ser feita no local a partir de vinil, em vez de ser feita num estúdio profissional a partir de "master tapes"). Além desta violação das "regras" do evento, que todos os outros participantes respeitaram, há aqui também uma questão de puro absurdo técnico que torna incompatível e inútil a utilização de uma fonte analógica num sistema que é digital... consegue-se assim juntar o pior dos dois mundos, todos os defeitos e limitações do vinil, com todos os defeitos e limitações dos processos ADC / DAC... não existe justificação plausível para tal configuração, e a prova estava no algodão! Perdão... no som. Além da conversão digital a partir de vinil, estava também a ser usado o componente de equalização e correcção acústica digital Room Perfect da Lyngdorf, agravando ainda mais os sintomas que se tornavam evidentes em poucos segundos de audição... um som confuso e atrapalhado, sem qualquer coerência espacial e temporal, decays e reverberações tipicamente digitais com tempos incorrectos, brilho e aspereza artificiais, uma gama baixa com tonalidade quase nula, e em geral dinâmica muito reduzida castrando as características tímbricas de vozes e instrumentos. Não foi a única sala onde senti fadiga auditiva (já noutro post referi o caso da Delmax, mas por motivos muito diferentes), mas foi onde a senti com maior rapidez e intensidade... de fazer doer a cabeça. Uma sala tecnicamente incompreensível, com a respectiva prestação sonora medíocre, um dos piores sons que já ouvi em qualquer show, a contrastar enormemente com a prestação razoável que a Zenaudio apresentou na sala ao lado (interligada internamente) com o sistema Xavian / Goldnote / RBT. É o preço a pagar pela irreverência da proposta num show deste tipo, mas o sucesso de tais iniciativas não está ao alcance de todos...

E o resto? Agora sem imagens, e de forma mais concisa... na sala da Exaudio havia muita simpatia e boa música, mas o som estava com algum problema que se manifestava na evidente falta de graves e "corpo", com as ATC SMC20 a apresentar um som fininho a partir da amplificação ATC e gira discos Origin Live com pré de phono Tom Evans. Algum defeito da sala, ou do "setup" do sistema, que tive pena de não ter funcionado melhor. Numa das salas da Delaudio (apresentou duas salas) com um Thorens TD700, pré de phono Esoteric, amplificação Primare e umas colunas Monitor Audio RX6, o som mortiço e sem escala surpreendeu pela negativa (a outra sala estava bem melhor).

Para terminar em beleza esta minha apreciação sobre o Still Vinyl 2009, publico algumas fotos relativas à exposição de gira-discos Vintage, onde foi possível apreciar belas máquinas dedicadas à arte de reproduzir vinil.












www.VinylGourmet.com - Discos de Vinil / Edições Audiófilas

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